O Nordeste Investing esteve presente no primeiro dia de ExpoFavela Innovation Ceará, a primeira edição do evento no estado, que é a maior feira de inovação e empreendedorismo em prol da promoção do diálogo entre os trabalhos de startups e empreendedores de favelas com empresários do asfalto. A feira ocorreu nos dias 27 e 28 de outubro, no Centro de Eventos, em Fortaleza.
O evento organizou palestras, workshops, exposições, rodadas de negócios, pitches de startups, mentorias, debates, cursos, shows, filmes e outras ações desenvolvidas por moradores das favelas do estado com o objetivo de impulsionar o empreendedorismo.
A roda de conversa sobre Investimento e Negócios na Favela foi mediada pelo jornalista Almir Gadelha e contou com a presença de Bia Fiuza, Marcelo Teixeira, Joaquim Melo e Ticiana Rolim.
Em entrevista exclusiva para Bianka Bessa do Nordeste Investing, Joaquim Melo expôs um pouco o seu pensamento sobre a importância da ExpoFavela: “Primeiro, ele (o evento) é fundamental para a autoestima das pessoas da favela, e segundo, pra mostrar na prática que isso que nós estamos vendo aqui é a extraordinária capacidade produtiva que tem nas comunidades”.
“Quem faz a grande indústria ou quem trabalha em grande supermercado, nos hotéis da Beira Mar de Fortaleza, quem toca nos clubes da Beira Mar de Fortaleza, é o povo que mora da favela. Então, o que eu estou dizendo é, por que que a gente precisa ser empregado dos outros?”
— Joaquim Melo para o Nordeste Investing
Joaquim complementou ao afirmar que o evento expõe às pessoas a capacidade de produção da comunidade, logo que através do empreendedorismo, preferencialmente de forma coletiva, com cooperativas, associações produtivas, as pessoas da favela produzem e consomem os produtos da comunidade.
O fundador do primeiro banco comunitário do Brasil também revelou qual o impacto que espera trazer para a população periférica com o Banco Palmas: “Eu diria que em primeiro lugar é o impacto econômico, nós geramos mais de três mil empregos. Nós temos sete empresas comunitárias, mas também sobretudo e não menos importante, é criar nas pessoas essa autoestima capacidade delas entenderem que ‘eu posso’.”
“É o empoderamento local. Isso é fundamental porque isso reduz também a violência. O jovem olha pra aquilo ali e fala assim olha eu posso ser o empresário do meu bairro”
— Joaquim Melo para o Nordeste Investing
A programação seguiu com a palestra sobre Economia e Sustentabilidade, mediada pela economista Kênia Antônio e com os convidados Joaquim Cartaxo, Conceição Faheina, Igor Lucena e Yrwana Albuquerque.
A mediadora Kênia Antônio deu início ao dividir o tema em três pilares:
- O que é o sustentável?
- Humanidade
- Noção da sustentabilidade
Kênia continuou falando sobre a notoriedade da presença crescente da economia verde, que leva à economia criativa e faz muita parte do turismo porque o intelecto da cultura faz com que o turista venha ao nosso estado. Os palestrantes também discutiram sobre os índices de pobreza no Ceará, mas que o estado tem possibilidades de reduzir esses números através de ações pequenas, médias e a longo prazo.
Ainda no evento, startups e empreendedores locais foram selecionados para exporem seus negócios e disponibilizaram stands para apresentarem seu trabalho ao público, com a oportunidade de venderem seus produtos.
O último momento da noite ficou com o painel de Carreiras e negócios: o poder da cultura urbana, com a presença de Leandro Macambira, Mateus Fazeno Rock, Kondzilla e Roni Maltz Bin, e mediado pela jornalista Niara Meireles.
Sobre de onde veio sua inspiração para entrar no mundo da música, Kondzilla revelou que consumia conteúdo de artistas pequenos e começou a se interessar pelo ramo ao assistir clipes pouco produzidos, sempre valorizando músicos que não estavam expostos nas grandes mídias. Atualmente, Kondzilla é o fundador da Kondzilla Records e do Instituto Kondzilla, uma organização sem fins lucrativos que desenvolve programas de educação e capacitação para juventudes e ações de impacto social.