Oito anos depois do maior desastre ambiental do país, a Samarco concluiu a reestruturação de seu passivo para retomar o foco total à operação. Mineradora controlada pela Vale e BHP e em recuperação judicial, a empresa emitiu no início de dezembro US$ 4 bilhões em títulos no exterior com vencimento em 2031, trocando a dívida antiga composta por bonds que venciam em 2022, 2023 e 2024.
Do total emitido, US$ 3,7 bilhões foram subscritos pelos credores financeiros e US$ 260 milhões pelos acionistas. Com isso, a Samarco reduziu seu endividamento com credores financeiros internacionais de US$ 4,8 bilhões para US$ 3,7 bilhões e deve fechar o ano com receita líquida de US$ 1,5 bilhão neste ano, segundo Luiz Fabiano Saragiotto, diretor de reestruturação da companhia. A receita operacional somava, até setembro, cerca de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,5 bilhões).
O Ebitda deve alcançar US$ 787 milhões (cerca de R$ 3,9 bilhões, considerando o câmbio médio no ano de R$ 5 segundo o Valor Data), e a retomada de geração de caixa na companhia já equivalente ao patamar pré-desastre em termos nominais (em 2014, o Ebitda da companhia foi de R$ 3,7 bilhões). Fica ainda abaixo do pré-crise, no entanto, considerando o valor corrigido pela inflação acumulada no período, que seria de R$ 6,14 bilhões.
O ritmo de retomada, segundo Saragiotto, será suficiente para pagar a dívida e financiar o capex de US$ 2 bilhões para os próximos cinco anos para duplicar a produção e atingir 30 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro até 2028.
Fonte: Pipeline