O mês de maio trouxe desafios para algumas empresas listadas no Ibovespa, especialmente aquelas dos setores de petróleo e educação, que enfrentaram quedas significativas em seus valores de mercado.
Desempenho das Petroleiras e do Setor Educacional
Dentre as ações com os piores desempenhos no Ibovespa em maio, destacam-se duas do setor de educação e outras duas de petroleiras. As ações da IRB Brasil (IRBR3), por exemplo, fecharam o mês com uma baixa expressiva de -26,06%. Embora a resseguradora tenha apresentado resultados neutros para o primeiro trimestre, com um aumento no lucro líquido de R$ 8,6 milhões para R$ 78,1 milhões, este número ficou aquém das expectativas do mercado.
O desempenho das ações da IRB refletiu a cautela dos investidores, conforme observado por analistas do Santander, que mantêm uma recomendação neutra para o papel, com um preço-alvo de R$ 46 até dezembro. Enquanto reconhecem o esforço de turnaround da companhia, os analistas preferem observar a empresa de longe neste momento.
No setor de educação, a Yduqs (YDUQ3) liderou as perdas com uma queda de -17% em maio, seguida pela Cogna (COGN3), que sofreu uma desvalorização de -14%. Eduardo Plastino, analista da Alta Vista Investimentos, identifica três fatores que contribuíram para esse declínio:
- Cenário Macroeconômico Delicado: O ambiente doméstico enfrenta desafios, com expectativas de inflação descontroladas e uma curva de juros em ascensão.
- Cenário Microeconômico Impactante: As empresas do setor estão sofrendo com despesas elevadas, especialmente com Provisões contra Devedores Duvidosos (PDD) e marketing, o que está comprimindo as margens de lucro.
- Cenário Internacional Desafiador: Os juros elevados em economias desenvolvidas e os mercados acionários em alta estão desviando o fluxo de investimentos para mercados emergentes, o que afeta negativamente as empresas do setor de educação no Brasil.
Desempenho das Petroleiras
No campo das petroleiras, a 3R Petroleum (RRRP3) registrou uma queda de -14% em maio, enquanto a Prio (PRIO3) recuou -13% no Ibovespa. Essas quedas foram influenciadas por diversos fatores, incluindo a instabilidade no cenário internacional e as incertezas em relação aos preços do petróleo e às políticas de produção da OPEP+.
O mês de maio foi desafiador para algumas empresas listadas no Ibovespa, especialmente aquelas dos setores de petróleo e educação. As quedas significativas refletem não apenas os desafios econômicos e macroeconômicos enfrentados pelo Brasil, mas também as incertezas globais que continuam a impactar os mercados financeiros. Diante desse cenário, investidores e analistas devem permanecer cautelosos e atentos às oportunidades e riscos apresentados pelo mercado.
10 piores ações do Ibovespa em maio:
- IRB Brasil ON (IRBR3): -26,06%
- Petz ON (PETZ3): -20,12%
- Yduqs ON (YDUQ3): -17,14%
- Suzano ON (SUBZ3): -16,76%
- Cogna ON (COGN3): -14,75%
- Lojas Renner ON (LREN3): -14,42%
- 3R Petroleum (RRRP3): -14,02%
- Prio ON (PRIO3): -13,35%
- Localiza ON (RENT3): -12,91%
- Carrefour Brasil ON (CFBR3): -11,19%