A empresa de tecnologia para operações financeiras Dimensa e a B3 Digitas, área de ativos digitas da Bolsa, firmaram uma parceria de olho na demanda dos investidores institucionais por criptoativos agora que a Resolução 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permite a compra direta deste tipo de ativo por fundos de investimento.
Pela regra da 175, os fundos podem investir diretamente em criptoativos desde que negociados em entidades autorizadas pelo Banco Central ou por supervisor local estrangeiro caso se compre do exterior. Contudo, os produtos financeiros devem respeitar os seguintes limites de alocação em moedas digitais: 20% para fundos dirigidos a qualquer investidor, 40% para o investidor qualificado (o que possui pelo menos R$ 1 milhão em aplicações) e 100% para o investidor profissional (que tem R$ 10 milhões ou mais).
De acordo com Rodrigo Galasini, diretor de produtos e negócios da Dimensa, a expectativa é de que surjam muitos fundos de investimento que ofertem criptomoedas aos investidores a partir do ano que vem. “Só 27% dos fundos, segundo a Anbima, estão de acordo com a Resolução 175. Ainda tem uma gama muito grande de fundos a serem adaptados”, destaca Galasini. “Todo tipo de fundo pode ter criptoativos agora e esperamos que haja uma expansão grande em 2025.”
Na parceria com a B3 Digitas, a empresa da B3 irá operacionalizar a parte da negociação, enquanto a Dimensa fará a parte de informe diário e mensal para que a operação fique de acordo com todos os preceitos legais. “Sem a parceria, poderíamos ter uma trava do gestor em fundos de investimento. Deixamos em conformidade com as regras da CVM para o cotista”, explica.
Galasini aponta que há muito interesse por parte do investidor em diversificar seu capital com criptoativos. “Fundos de grandes casas e gestoras que trabalham com ativos tokenizados estão esperando essa demanda”, comenta.