O Índice Nacional de Preços ao Mercado (IGP-M), um importante indicador utilizado para o reajuste de parte dos contratos de aluguel no Brasil, registrou avanço pelo segundo mês consecutivo. Em maio, o indicador apresentou uma variação de 0,89%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na última quarta-feira, 29 de maio.
Este resultado indica uma continuidade na tendência de alta iniciada em abril, quando o IGP-M havia registrado um aumento de 0,31%. Com o desempenho de maio, o índice acumula uma alta de 0,28% no ano de 2024. No entanto, considerando os últimos doze meses, o IGP-M ainda apresenta uma queda acumulada de 0,34%. Este comportamento reflete a complexidade e as flutuações do cenário econômico brasileiro, influenciado por diversos fatores internos e externos.
Para contextualizar, em maio de 2023, o IGP-M havia registrado uma queda significativa de 1,84% no mês, acumulando um recuo de 4,47% nos doze meses anteriores. Essa comparação destaca a volatilidade do índice e a influência de diferentes conjunturas econômicas ao longo do tempo.
O IGP-M é um índice amplamente utilizado no Brasil, especialmente para ajustar contratos de aluguel, tarifas de serviços públicos e outros tipos de contratos que preveem reajustes periódicos com base em índices inflacionários. Calculado pela FGV, o índice é composto por três subíndices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Cada um desses subíndices mede variações de preços em diferentes segmentos da economia, contribuindo para o cálculo final do IGP-M.
O avanço de 0,89% em maio pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo pressões inflacionárias em setores específicos da economia. O IPA, que responde pela maior parte da composição do IGP-M, frequentemente reflete variações nos preços de commodities e matérias-primas, que podem ser influenciados por condições climáticas, variações cambiais e demandas internacionais. O IPC, por sua vez, reflete as variações nos preços ao consumidor final, enquanto o INCC mede os custos da construção civil, que podem ser afetados por mudanças nos preços de materiais de construção e mão de obra.
A alta do IGP-M pode ter implicações diretas para os consumidores e empresas que utilizam o índice como referência para ajustes contratuais. Por exemplo, os locatários de imóveis residenciais e comerciais podem enfrentar reajustes nos valores de aluguel, impactando o orçamento familiar e empresarial. Da mesma forma, empresas que possuem contratos indexados ao IGP-M podem ver seus custos aumentarem, o que pode levar a ajustes nos preços finais dos produtos e serviços oferecidos ao mercado.
O comportamento recente do IGP-M também deve ser analisado à luz das políticas econômicas e monetárias adotadas pelo governo brasileiro. Medidas de controle da inflação, ajustes na taxa de juros e políticas fiscais podem influenciar diretamente a evolução dos preços no mercado. Além disso, o cenário internacional, incluindo flutuações nos preços das commodities e variações nas taxas de câmbio, também desempenha um papel crucial na determinação dos índices de preços no Brasil.
Em suma, o avanço do IGP-M pelo segundo mês consecutivo e a variação de 0,89% em maio refletem uma dinâmica complexa de fatores econômicos que afetam o mercado brasileiro. A continuidade dessa tendência e suas implicações para contratos de aluguel e outros reajustes devem ser monitoradas de perto por consumidores, empresas e formuladores de políticas, para que possam se adaptar às condições econômicas em constante mudança.
*Com informações da FGV