O Bank of America (BofA) parece otimista com o setor financeiro. Em um 2024 mais previsível, em que a inadimplência finalmente parece ter atingido um pico e as taxas de juros já começam a baixar também lá fora, a instituição espera que os bancos performem melhor do que no exercício anterior. Enquanto os neobanks mudam a estratégia para perseguir lucratividade, instituições mais tradicionais são as favoritas dos analistas. As top picks foram BTG Pactual e Itaú, que ganhou upgrade.
O BofA acredita que a execução superior do Itaú ao restante do mercado, dada a habilidade de trabalhar escala, merece um valuation de acordo. Em relatório publicado mais cedo, os analistas revisaram a recomendação de “neutra” para “venda” e estipularam preço-alvo de US$ 8 para a ação na bolsa de Nova York — upside de 17% contra o fechamento de ontem.
Nos últimos dois anos, o Itaú foi o bancão privado que se mostrou menos afetado pelo aumento da inadimplência no país. No acumulado do ano passado até setembro, o lucro líquido do Itaú cresceu 13,4%, para R$ 26,2 bilhões, enquanto o do Bradesco e o do Santander caíram 29,7% e 36%, para R$ 13,4 bilhões e R$ 7,1 bilhões, respectivamente.
Na opinião dos analistas, o balanço positivo do banco brasileiro também aponta que deve haver o pagamento de dividendos extraordinários em 2024. “O banco está bem posicionado para o ciclo econômico que se aproxima, com exposição limitada a segmentos de maior risco (classes mais baixas) e à frente de seus pares em diferentes iniciativas, como tecnologia, varejo de alta renda, PMEs e investimentos”, diz o relatório.
Diante de um cenário macroeconômico mais amigável neste ano, com inflação controlada, baixa do desemprego e uma melhora no endividamento das famílias, o BofA espera que o crescimento dos empréstimos alcance 10% no ano, bem acima dos 7% de 2023, para o setor. Na tese, os favoritos são os bancões. Agora que a “ameaça” dos bancos digitais está mais “orçada” — só quem pode incomodar é o o Nubank, avalia.
Fonte: Pipeline