A Marcopolo (POMO4) anunciou nesta última segunda-feira (23) a aprovação, pelo seu Conselho de Administração, da aquisição de 40% da empresa chilena Reborn Electric Motors SpA por US$ 4 milhões.
A Reborn é reconhecida por seu trabalho no desenvolvimento de tecnologias para chassis de ônibus voltadas à descarbonização, incluindo veículos elétricos, híbridos e movidos a hidrogênio.
Com a transação, a Marcopolo busca acelerar seu aprendizado e atuação em novas tecnologias.
O investimento estratégico tem como objetivo acelerar o processo de aprendizagem da Marcopolo em novas tecnologias, fortalecendo sua posição no segmento de mobilidade sustentável. A aquisição representa um passo importante na expansão da empresa no mercado de veículos com propulsão alternativa.
Considerada tese de investimento rara pela XP, a Marcopolo (POMO4) preenche todos os requisitos, unindo resultados, dividendos fortes, fatores técnicos e ações descontadas. Em relatório sobre as estimativas para a companhia, a divisão de análise de Bens de Capital do Research da XP reforçou sua recomendação de compra e introduziu preço alvo de R$ 11,50 para 2025. Às 16h05 (horário de Brasília) desta última segunda-feira, os ativos POMO4 subiam 3,21%, a R$ 8,37.
O relatório se baseia em quatro pontos para justificar a aposta na ação como top pick (principal escolha) no setor de Bens de Capital. Antes de mais nada, a XP destaca que os papéis se apresentam com preço muito atrativo, negociando a 6,4 vezes o preço sobre o lucro (P/L). Os múltiplos justos, para a corretora, estariam por volta de 9 a 10 vezes o P/L, abaixo ainda a relação histórica de 13 vezes.
“Enquanto muitos nos questionam se a Marcopolo está em seu “pico de ciclo”, acreditamos que há uma margem de segurança de valuation, com os preços atuais das ações precificando um cenário que não vemos como justo”, consideram.
Com os números, a companhia também se destaca em melhores retornos de dividendos (dividend yields, na sigla em inglês, ou dividendo sobre preço da ação), que mitigariam o risco de não-reavaliação dos múltiplos. Os retornos ficariam por volta de 9% a 10% para fim de 2025 e 2026, após 6 anos de distribuição limitada de dividendos.
A análise aborda também o forte momento de resultados, que é apoiado principalmente por demanda reprimida de ônibus rodoviários, somado a um sólido desempenho de volumes em todas as divisões. “Com a capacidade de produção limitada da indústria e um mercado menos cíclico hoje (vem oposição a anos de subsídios acessíveis), esperamos que a Marcopolo continue se beneficiando desse ambiente favorável”, consideram os analistas.
Por fim, o relatório menciona o aumento de interesse pelo nome, em especial considerando a valorização de +237% desde a atualização de dezembro de 2022. A possibilidade de inclusão no Ibovespa também poderia fazer com que o fluxo adicional aumentasse o interesse pelo nome.