Investir uma renda extra, como um décimo terceiro, pode não ser uma tarefa tão fácil quanto parece. Atualmente o mercado financeiro oferece infinitas opções de investimento, que vão desde os mais seguros até os mais arriscados, o que pode gerar dúvidas na hora de decidir qual caminho seguir com a sua renda.
Nesses momentos, é necessário ter atenção para não acabar perdendo suas economias em más aplicações. Veja a seguir dicas de especialistas sobre as melhores opções disponíveis no mercado para investir R$ 10 mil.
Organização financeira em 1º lugar
Antes de tudo, o analista da Rico Investimentos, Antônio Sanches, ressalta a importância do investidor entender a sua realidade financeira, refletindo sobre a finalidade desse dinheiro de acordo com o seu projeto de vida.
“Com o alto endividamento das famílias brasileiras hoje em dia, esse dinheiro extra pode ser uma boa oportunidade para quitar eventuais dívidas”, afirma o analista.
Considerar o seu nível de conhecimento pessoal sobre investimento também é essencial. Segundo Flavio Humberto Pretti, planejador financeiro CFP e membro do conselho de administração da Planejar, uma má escolha nos investimentos pode acabar criando um problema financeiro.
“A princípio, às vezes é melhor você investir em algo que você tem domínio, mesmo que não seja o melhor investimento. A poupança, por exemplo, não é o melhor investimento do mundo, mas pode ser o mais adequado para alguma pessoa que consegue compreender como ela funciona”, recomenda o especialista.
Flavio acrescenta que outra alternativa seria buscar um profissional de confiança que possua os conhecimentos necessários para auxiliá-lo. “Pode ser qualquer pessoa que tenha conhecimento sobre o assunto, como um gerente de banco, amigo, familiar ou planejador financeiro”.
Feito isso, o que vai realmente definir para onde vai esse dinheiro e qual classe de ativo escolher será o prazo de investimento que tem planejado para esses R$ 10 mil.
Curto prazo
Pensando na necessidade de retirar esse dinheiro no curto prazo, o melhor investimento seria aquele com uma liquidez mais imediata e que não tenha um alto risco e alta volatilidade. Na teoria, as aplicações de curto prazo são aquelas com a duração de até um ano.
“Vamos supor que é seu primeiro investimento. Esse recurso tem que estar disponível e ao seu alcance para alguma eventualidade. Por exemplo, neste final de ano existem diversas despesas em que esses recursos seriam necessários, então seu investimento pode ser para uma reserva de emergência”, explica o especialista do Planejar.
Nesse caso, a aplicação poderia acontecer em um fundo DI (que acompanha a taxa de juros Selic), que é um produto, geralmente, com liquidez imediata. “O fundo DI, de preferência de baixo risco de crédito, seria uma alternativa já que você não quer volatilidade e tem uma taxa de administração palatável”, explica Flavio.
Outra opção seria aplicar no Tesouro Selic, um dos títulos do Tesouro Direto, com rentabilidade atrelada à taxa Selic e que também oferece uma liquidez diária. Ou um CDB (Certificado de Depósito Bancário) , em que o investidor tem um rendimento fixo, definido no momento da aplicação.
Médio e longo prazo
Se o investidor já tem um recurso de curto prazo aplicado, como em uma reserva de emergência ou em algo de baixo risco, talvez seja o momento de olhar para os investimentos de médio e longo prazo, que possuem duração de um a dez anos.
“Quando tem um prazo maior, de três a cinco anos, esses investimentos com mais risco e volatilidade podem trazer mais rentabilidade que um investimento mais seguro”, diz Antônio Sanches.
Pensando em uma independência financeira ou até aposentadoria, por exemplo, uma alternativa seria o Tesouro IPCA+ (também disponível no Tesouro Direto), em que é possível resgatar esse dinheiro mais a longo prazo, tendo, portanto, mais tempo de rendimento. Esse papel oferece o retorno da inflação mais um percentual fixo embutido, que varia conforme o prazo.
“Uma possibilidade é até pensar em um fundo de ações que não tenha uma taxa de administração muito alta e que possa te agregar nesse ganho a longo prazo”, completa Flavio Pretti, da Planejar.
Essas alternativas de investimentos com maior duração costumam ter mais volatilidade, portanto, mais riscos de sobes e desces. Daí a necessidade do investidor, nesses casos, ter maior entendimento e mais apetite a risco.
“Não adianta falar de comprar um título longo do Tesouro Direto, um IPCA+ de vencimento longo, se tem pouca compreensão de como isso funciona porque vai ter volatilidade e o investidor pode acabar se assustando com a oscilação de preço”, ressalta Pretti.
Fonte: Valor Investe