Mesmo com o aumento das vendas nos supermercados, foi registrado uma queda de quase metade do poder de compra dos brasileiros nos últimos 10 anos. Entre 2013 e 2023, a parcela do rendimento médio habitual necessário para adquirir uma cesta básica aumentou de 21% para 26,1%, de acordo com um estudo realizado pela LCA Consultores.
Em uma década, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que determina a inflação oficial do país, registrou um aumento de quase 88%. No entanto, a cesta básica é considerada uma medida mais representativa do poder de compra da população, uma vez que o IPCA engloba uma variedade de itens que não são essenciais para o cotidiano. Nesse mesmo período, o custo da cesta básica mais do que duplicou, passando de aproximadamente R$ 330 para R$ 770.
Segundo os dados mais recentes do IBGE, em novembro, o rendimento médio mensal do brasileiro atingiu R$ 3.034. Se compararmos com o mesmo trimestre de 2013 e ajustarmos o valor pela inflação do período, equivaleria a R$ 2.909 em termos reais, representando um aumento de 4,3%.
De acordo com uma análise do portal G1, dez anos atrás era viável adquirir uma cesta de 13 produtos básicos por R$ 100. No entanto, na atualidade, esses mesmos R$ 100 possibilitam a compra de apenas até três produtos.
A compreensão do que significa o “poder de compra” tornou-se mais evidente na última década, à medida que a sensação de adquirir produtos diminuiu progressivamente, mesmo com a quantia de dinheiro igual. Esse fenômeno é resultado de uma combinação de fatores econômicos, entre eles a constante elevação da inflação, especialmente durante a crise de 2015 e a pandemia, que desempenhou um papel crucial na deterioração do poder de compra. Além disso, a estagnação da produtividade nacional dificultou ainda mais a situação econômica do Brasil.