Setembro foi mais um mês complicado para os investidores na Bolsa. O Ibovespa “patinou”, encerrando em queda e distante da “resistência” dos 120 mil pontos.
O desempenho foi aquém da expectativa de muitos investidores que esperavam uma retomada do índice, diante do segundo corte na Selic.
Segundo Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, alguns fatores são apontados como responsáveis pelo “mau humor” da bolsa:
- A ata do Copom, que descartou a possibilidade de um corte de 0,75 p.p em 2023;
- Uma alta de 0,35% no IPCA-15 em setembro; e
- A piora do mercado internacional.
Com relação ao cenário internacional, o analista explica que a alta do yield dos títulos de renda fixa dos Estados Unidos (treasuries) e a volta do preço do barril de petróleo à casa dos US$ 100 afetaram os ativos de risco brasileiros.
Diante do cenário incerto, Ferrer destaca que existem dois tipos de investidores:
- Os que vão reduzir ou até zerar sua exposição à renda variável;
- Os que veem esses momentos como boas oportunidades para comprar boas ações a preços baixos.
- Para aqueles que têm uma visão de longo prazo, ele aponta que este é o melhor momento para adicionar risco à carteira.
‘Compre ao som de canhões e venda ao som de violinos’
Essa expressão costuma ser usada nos mercados para alertar os investidores que, geralmente a hora certa de investir em um ativo é quando todo mundo está “fugindo” dele.
Assim, seguindo essa lógica, o analista da Empiricus Research, acredita que a queda dos ativos de risco pode ser uma oportunidade para aqueles que estão dispostos a esperar.
Neste momento, as ações ainda continuam sendo penalizadas. Isso significa que, ao investir na bolsa agora, você corre o risco de ver a sua carteira desvalorizando.
Contudo, quem está disposto a enfrentar essa turbulência do mercado pode ganhar mais no longo prazo, por dois motivos.
O primeiro deles é o fato de que nunca antes a bolsa negociou a múltiplos tão baixos quanto agora. Veja só o gráfico abaixo que mostra o preço sobre lucro do Ibovespa nos últimos 20 anos.
Perceba que na ponta direita, que representa os anos de 2021 e 2022, o volume do gráfico é bem menor, comparado a qualquer outro período.
Isso significa que, no geral, a bolsa brasileira está barata. Por isso, ações de companhias sólidas, com histórico de resiliência estão sendo negociadas por múltiplos menores e é possível investir em grandes empresas “com desconto”.
O segundo motivo é que os investidores que estiverem posicionados têm a chance de capturar a retomada dos ativos de risco desde o começo.
A verdade é que, grande parte dos investidores só vão começar a comprar ações quando for tarde demais. Ou seja, quando o Ibovespa já estiver nos 130, 150 quem sabe 200 mil pontos.
Essas pessoas terão a chance de ganhar algum dinheiro, mas o lucro grande mesmo estará nas mãos daqueles que identificaram as oportunidades com antecedência.
Algumas oportunidades já começaram a aparecer: 3 ações para investir agora
Nesse sentido, Fernando Ferrer aponta 3 ações que ele acredita que podem passar bem pela tempestade e ficar ainda mais fortes no futuro.
Em um relatório intitulado “Investidor de longo prazo, o momento é de colecionar boas ações”, Ferrer recomendou para comprar agora as seguintes ações:
- Cosan (CSAN3);
- Localiza (RENT3); e
- BTG Pactual (BPAC11).
Trata-se de empresas sólidas, com histórico de resiliência e capacidade para continuar crescendo nos próximos anos.
No momento, essas ações estão negociando abaixo do valor que seria considerado justo, na visão do analista. Isso abre espaço não só para comprar esses ativos com desconto, mas também para surfar a valorização.
Para se ter uma ideia, o potencial de valorização da Cosan (CSAN3) chega a 92% segundo os analistas da Empiricus Research.
Fonte: MoneyTimes