Nesta sexta-feira (3), a Apple (AAPL) comunicou que seu conselho de administração deu o aval para um montante adicional de US$ 110 bilhões destinado à recompra de ações, marcando um feito histórico nos Estados Unidos.
Após o anúncio, a Apple, fabricante do iPhone, supera seu próprio recorde de maior recompra de ações nos Estados Unidos. Em 2018, a gigante da tecnologia autorizou recompras no valor de US$ 100 bilhões, segundo dados compilados pela empresa de pesquisa de mercado Birinyi Associates desde 1999. A Apple detém o recorde de seis dos maiores anúncios de recompra de ações já feitos nos Estados Unidos, dividindo a lista com Chevron e sua concorrente Alphabet, proprietária do Google.
Lucro trimestral
No segundo trimestre fiscal de 2024, encerrado em março, a Apple reportou um lucro líquido de US$ 23,65 bilhões, uma queda de 2,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O lucro diluído por ação permaneceu estável em US$ 1,53.
A receita líquida registrou uma queda de 4,3%, totalizando US$ 90,75 bilhões. Esse resultado foi influenciado por uma redução de 9,5% nas receitas de produtos, atingindo US$ 66,89 bilhões. Enquanto isso, o faturamento proveniente de serviços apresentou um avanço significativo de 14,2%, alcançando US$ 23,87 bilhões.
No segundo trimestre, as vendas do iPhone, principal produto da Apple, diminuíram em 10,5% em comparação com o ano anterior, totalizando US$ 45,96 bilhões. A receita proveniente das vendas de computadores Mac alcançou US$ 7,45 bilhões, representando um aumento anual de 3,9%. Já as receitas oriundas da comercialização do iPad totalizaram US$ 5,56 bilhões, uma redução de 16,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O lucro da Apple ficou ligeiramente abaixo das expectativas do mercado americano, que esperava US$ 23,3 bilhões, enquanto a receita superou os US$ 90,4 bilhões estimados. A empresa aprovou a distribuição de dividendos no valor de US$ 0,25 por ação, com pagamento previsto para o dia 16 de maio, baseado na composição acionária registrada em 13 de maio.
A desaceleração nas vendas da Apple pode ser atribuída à ausência de grandes lançamentos, mas em 7 de maio, com o lançamento de novos iPads, sendo as primeiras atualizações de sua linha de tablets em um ano e meio, esse cenário pode mudar. Além disso, a empresa também tem em vista um novo e aguardado investimento inteligência artificial generativa. O CEO Tim Cook está programado para revelar a estratégia de IA da Apple durante a conferência anual de desenvolvedores organizada pela empresa em junho deste ano.
Os números baixos da Apple na China tem sido uma mais uma fonte de preocupação para os investidores, uma vez que os clientes chineses estão cada vez mais optando por marcas nacionais de smartphones, já que o governo implementou proibições ao uso de tecnologia estrangeira em certos serviços públicos. No último trimestre, a empresa registrou receitas de US$ 16,4 bilhões na China.
As vendas no mercado asiático diminuíram ao longo do segundo trimestre, impactando o desempenho geral da empresa. No período de janeiro a março, as receitas da gigante de tecnologia caíram 4,3% em comparação com o mesmo período do ano passado. No Japão, houve uma queda de 12,8%, totalizando US$ 6,26 bilhões. Na Ásia (excluindo o Japão), a receita diminuiu 17,2%, atingindo US$ 6,72 bilhões, nos primeiros três meses do ano. Em relação a outros continentes, as vendas alcançaram US$ 37,27 bilhões, uma leve queda de 1,3% nas Américas. Enquanto na Europa, as vendas da Apple tiveram um pequeno aumento para US$ 24,12 bilhões, em comparação com os US$ 23,45 bilhões de 2023.