O Banco Central (BC) reavaliou a situação econômica do Brasil, calculando que a ociosidade é ligeiramente menor do que havia estimado em setembro. A instituição projeta uma diminuição dessa ociosidade a partir do último trimestre do próximo ano. Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro divulgado na quinta-feira (21), o BC indica que o hiato do produto, uma medida de ociosidade, registrou um valor negativo de 0,6% nos terceiro e quarto trimestres deste ano. Isso representa uma revisão das projeções anteriores, que apontavam um hiato negativo de 0,7% e 0,8%, respectivamente, para esses períodos. Vale destacar que quanto mais negativo o hiato, maior é a ociosidade na economia.
A autoridade monetária justifica essa revisão citando “indicadores de atividades mais fortes do que o esperado”, como é o caso do “estoque de empregos formais” que contribuiu para a “estimativa de um hiato mais fechado”. Para o último trimestre de 2024, o Banco Central (BC) revisou sua projeção do hiato, agora estimando um valor negativo de 0,7%, em comparação com a projeção anterior, também negativa, de 0,8%.
Segundo o BC, após esse período, o hiato do produto seguirá uma trajetória de estreitamento. O principal impulsionador desse comportamento é a trajetória da taxa Selic, com a redução já ocorrida e o movimento de queda futuro, conforme extraído da pesquisa Focus. Quanto à taxa real anual de juros, o BC estima que ela esteja em 6,2% no último trimestre deste ano, diminuindo para 5,2% no final de 2024 e atingindo 4,8% no término de 2025 e 2026. Nestes cenários, a taxa real permanece acima da taxa real neutra anual, estabelecida pelo BC em 4,5%.
A taxa neutra é uma taxa que não acelera nem desacelera a inflação, representando estabilidade. A taxa real é calculada pelo BC utilizando a “Selic acumulada quatro trimestres à frente, descontada das expectativas de inflação para o mesmo período, ambas extraídas da pesquisa Focus e medidas em termos de médias trimestrais”.