O bitcoin (BTC) opera em queda nesta quinta-feira (13) após subir no dia anterior impulsionado pela desaceleração da inflação nos Estados Unidos em fevereiro. Hoje, a guerra comercial volta a trazer incertezas após o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçar a União Europeia com uma tarifa de 200% sobre bebidas alcoólicas provenientes do bloco.
No entanto, nem todas as criptomoedas estão reagindo negativamente, pois o noticiário específico cripto trouxe novidades positivas para alguns tokens. Segundo o “Wall Street Journal”, o projeto World Liberty Financial (WLF), da família Trump, pode comprar uma fatia na Binance.US, o braço americano da maior corretora de criptoativos do mundo. Com isso, a exchange poderia voltar a operar no país, algo que não faz atualmente. O BNB (token da Binance Smart Chain) dispara 5,8% a US$ 587,45 com a informação.
Perto das 11h12 (horário de Brasília), o bitcoin cai 1,1% em 24 horas, cotado a US$ 81.903 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem leve baixa de 0,3% a US$ 1.877, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,76 trilhões. Em reais, o bitcoin tem perdas de 1% a R$ 477.404, de acordo com valores fornecidos pelo Cointrader Monitor.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), o XRP, token de pagamentos internacionais da Ripple, avança 5,4% a US$ 2,30. Já a solana tem queda de 0,9% a US$ 124,48.
De acordo com Beto Fernandes, analista da Foxbit, ainda há muita pressão vendedora ligada ao cenário macro apesar do alívio com o dado abaixo do esperado do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) ontem. “Os investidores, por enquanto, ainda não estão convictos de que a inflação dos EUA está retornando à meta de 2%”, avalia. O CPI mostrou uma desaceleração da inflação na base anual para 2,8%, ante expectativa de que ficasse em 2,9%.
“Quando a gente observa o movimento do CPI, o recuo para 2,4% em setembro do ano passado foi revertido para um avanço para os 3% em janeiro. A queda deste mês, apesar de relevante, não necessariamente indica que a alta dos preços está acabando”, acrescenta. Na opinião de Fernandes, são necessários mais dados inflacionários para saber se o Federal Reserve (Fed) poderá retomar os cortes de juros ainda em 2025.
Usando análise técnica, Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, diz que é necessário que entre um alto volume comprador absorvendo a queda para que o bitcoin retome o movimento de alta que tinha no começo do ano. “Ainda é preciso que supere as resistências de curto e médio prazo que estão nas faixas de preços dos US$ 88.620 e US$ 94.840”, afirma.
Nos fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista que operam nas bolsas americanas, foi registrado ontem um saldo líquido positivo de US$ 13,3 milhões, interrompendo uma sequência de quatro pregões de saída de capital. O destaque ficou por conta do ARKB, da Ark Invest, com US$ 82,6 milhões de excesso de compras de cotas em relação às vendas.
Entre os ETFs de ether, o dia foi de um fluxo negativo de US$ 10,3 milhões, no sexto pregão seguido de saques.