Elon Musk, presidente da empresa Neuralink e CEO da Tesla e da SpaceX, anunciou que está em fase de testes um chip chamado Blindsight, que permitiria que pessoas cegas tivessem acesso à visão. Este chip cerebral, que até o momento foi testado em macacos, teria a virtude de poder restaurar a visão ou mesmo otimizá-la em casos de visão diminuída, através de um implante cerebral que permite a ligação entre a atividade neuronal e dispositivos externos.
Trata-se de um projeto experimental que se encontra em fase de testes e que, neste momento, atinge uma resolução visual semelhante à dos gráficos dos jogos digitais, restando diversas melhorias a serem aplicadas a este instrumento, que promete tornar-se um marco científico para a humanidade.
Qual é o chip neural que promete restaurar a visão?
Como explica o Euro News, o Neuralink utiliza a inserção cirúrgica de microfios no cérebro, que são mais finos que um fio de cabelo humano e que, segundo a sua avaliação, permitem controlar a intenção de movimento de uma pessoa.
A empresa afirma que esses fios permitem que seu implante experimental – alimentado por uma bateria que pode ser carregada sem fio – registre e transmita sinais cerebrais também sem fio para um aplicativo que decodifica como a pessoa pretende se mover.
Experimentos com chips cerebrais Neuralink
A empresa de tecnologia de Elon Musk , fundada em 2017 como um projeto focado na integração da tecnologia de inteligência artificial (IA) ao cérebro humano, já havia avaliado implantes cerebrais em animais. Durante 2021, a empresa inseriu 2.000 eletrodos no córtex motor de um macaco para registrar o movimento coordenado de sua mão e braço ao usar um joystick. Então, eles fizeram o animal realizar essas ações com a mente.
Após este teste, Musk garantiu que no futuro os implantes cerebrais permitiriam que pessoas com paraplegia voltassem a andar, enviando sinais para neurônios motores ou sensoriais. Nesse sentido, em janeiro deste ano, Musk revelou o Telepathy, o primeiro dispositivo da Neuralink projetado para ajudar pessoas que perderam a mobilidade dos membros a controlar um smartphone ou computador com a mente.
Primeiro implante cerebral em humanos
Nolan Arbaugh, que há oito anos sofreu um acidente durante um mergulho e ficou completamente paralisado do pescoço para baixo, fez parte do experimento Neuralink e recebeu em janeiro passado um chip cerebral.
No dia 20 de março, a empresa fez um post no X em que contava a evolução do paciente. No vídeo você pode vê-lo jogando xadrez em um computador, controlando os movimentos do mouse e assim movendo as peças com a mente através do chip. Nas imagens pode-se ver um engenheiro da Neuralink ajudando Arbaugh a explicar como ele desenvolveu suas habilidades com o implante cerebral.
Conforme detalhado, após a operação eles experimentaram diversos exercícios referentes aos movimentos de suas extremidades. Para fazer isso, tentaram mover as mãos “para a direita, para a esquerda, para frente e para trás”. Após realizar esses movimentos, Arbaugh esclareceu que ficou mais fácil para ele treinar para “começar a imaginar movimentos”, e assim começou a entender como imaginar o movimento do cursor do computador.
Ao mesmo tempo, o usuário mostrou como pode parar e tocar música do computador e revelou que graças ao implante agora pode jogar Civilization VI. O paciente revelou que conseguiu utilizar o implante Telepatia durante cerca de oito horas continuamente, graças à autonomia da sua bateria.
“Não consigo descrever o quão legal é poder fazer isso. Isso mudou minha vida”, disse ele.
Os desenvolvedores explicam que o implante Neuralink “não é perfeito” e que ainda há “muito trabalho a fazer”. Admitiram também que tiveram complicações e que ainda há “muito a fazer”.
Fonte: Época Negócios