O agronegócio cearense tem se destacado ao longo dos anos e apresentado bons resultados, principalmente nas exportações. De acordo com o estudo ‘Ceará em Comex’ , realizado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o Ceará ocupa a 17ª posição entre os estados exportadores do Brasil e a quarta posição na região Nordeste. Em abril deste ano, o estado registrou um aumento de 9,9% comparado ao mês de março, somando US$ 109,98 milhões em exportações.
Para alavancar ainda mais o setor de exportações no Ceará, a fruticultura tem apresentado resultados positivos. No ano passado, melões, melancias, bananas, mangas e mamões lideraram as exportações e cresceram 29,1%, chegando a US$ 93,7 milhões. É o que mostram os dados divulgados em janeiro deste ano pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE). Já no primeiro semestre deste ano, um dos produtos que mais se destacaram nas exportações foram os melões frescos (29,7%) e mangas frescas ou secas (90,8%).
Nesse contexto, a empresa Frutacor desenvolve um papel fundamental na economia cearense, agregando pequenos e médios produtores. Como uma das líderes do agronegócio no estado, atua com uma vasta produção de frutas, sendo a banana o seu grande carro-chefe. Para o CEO da Frutacor, João Teixeira Júnior, o setor da fruticultura irrigada tem um grande potencial no mercado, porém é necessário uma segurança hídrica maior para que haja novos investidores.
Segurança hídrica
“É uma atividade que dá resultado. Tem seus riscos, como a falta de segurança hídrica que já houve no passado. Agora, com o advento da Transposição do Rio São Francisco e Ramal do Salgado pode ser que, daqui a três anos, tenhamos uma certa garantia”, projeta Teixeira. E acrescenta: “O que vale mesmo é o que está no açude Castanhão, no Orós e no Araras. Ou seja, são esses reservatórios que dão uma garantia para nós”. O empresário destaca que a fruticultura irrigada no Ceará não tem crescido muito mais devido à insegurança hídrica. “Então, vivemos de oportunidades”, afirma.
Alguns fatores como: condições naturais de clima e solo propícias para o cultivo, mantém a alta produtividade no estado. Atualmente, o tabuleiro de Russas possui uma das agriculturas mais avançadas no Ceará, principalmente a fruticultura. Mesmo com o setor avançando no mercado, os produtores ainda enfrentam muitos desafios para manter os bons resultados. “A fruticultura em geral é sazonal, por exemplo, a banana está com o preço muito baixo e depois esse valor sobe. Então, depende muito da oferta e da procura. O melão já tem um contrato firmado com o exportador, já recebe em dólar então é mais garantido”, avalia.
Variáveis do negócio
O CEO da Frutacor ainda explica que a fruticultura é um negócio muito variável, com mudanças que podem acontecer cotidianamente. “Toda semana é um preço novo. A banana é uma das frutas mais produzidas e mais consumidas no Brasil e tem um preço acessível que beneficia a todas as classes”, exemplifica.
No Ceará, prossegue o empresário, existem mais de 30 mil hectares de banana em que há um percentual muito elevado da fruta irrigada. “A lucratividade em si, depende do período do ano. Tem hora que você está ganhando dinheiro, outra hora perdendo e outra empatando. Você ganha na média do ano”, conclui João Teixeira.