Depois de uma disputada venda da área de gestão imobiliária da CSHG, gestoras nacionais e internacionais passaram a olhar os próximos pretendentes da consolidação – batendo à porta da RBR Asset, firma que ganhou espaço no segmento de real estate nos últimos anos e chega a quase R$ 10 bilhões sob gestão.
O rumo do mercado e o interesse dos pares animaram os sócios Ricardo Almendra e Guilherme Bueno Netto a montarem um processo estruturado para a entrada de sócio institucional, um mandato que está nas mãos do Santander, apurou o Pipeline.
O banco já começou a conversar com potenciais interessados. O grupo que tem recebido teaser do processo inclui desde casas como Pátria, Vinci, Kinea, SPX, HSI e XP a Brookfield, GIC e CPPIB, segundo fontes. Enquanto casas de private equity e infraestrutura querem avançar com vertical imobiliárias, as gestoras especializadas no segmento querem ganhar participação de mercado.
O que a RBR busca é um sócio que comprometa capital nos fundos da casa, garantindo a expansão do negócio. De acordo com as conversas iniciais, a gestora tem falado em venda de participação na sociedade, cujo capital os atuais sócios transformarão em seed money para os próximos fundos, e side pockets – recursos aportados diretamente nos próximos veículos.
“A RBR faz bem a originação e tem time de gestão, por isso deve ser um processo bem competitivo”, considera um executivo de gestora concorrente, que avalia entrar na disputa. Os múltiplos que o Pátria pagou pelos fundos imobiliários da CSHG correspondem a 13 vezes receita e quase 25 vezes lucros e são tomados como parâmetro no mercado para transações no mesmo segmento.
A consolidação das gestoras tem acontecido em diferentes segmentos, no Brasil e no mundo, dando fôlego às originadoras independentes ou associando-as com os distribuidores. Além da compra da divisão da CSHG, o Pátria já tinha comprado a gestora VBI no país e parte de private equity da Abrdn (antiga Aberdeen) na Europa; a Vinci fez um acordo com a americana Ares e depois incorporou a também americana Compass, voltada para América Latina. Entre as estrangeiras, General Atlantic comprou a Actis, entrando em infraestrutura, e a BlackRock levou a GIP.
Fonte: Pipeline