O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou, de acordo com um comunicado ao mercado divulgado naa quarta-feira (27), a operação de junção de negócios e a unificação das respectivas bases acionárias das varejistas de moda Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3).
Segundo o documento, segundo estabelecido pela legislação em vigor, a decisão ainda aguardará confirmação por um período de 15 dias após a publicação do despacho de aprovação no Diário Oficial da União, cuja expectativa é que ocorra nos próximos dias. Se não houver objeções durante esse período, o negócio receberá sua aprovação antitruste final. Portanto, uma vez que o prazo expirar, a fusão será finalizada. A união entre a Arezzo e o Grupo Soma foi desejada pelos acionistas das empresas e foi concretizada por meio de um acordo de associação e outras disposições.
No parecer, o Cade determinou que a operação não põe em risco a concorrência no mercado. A decisão baseou-se na constatação de que a participação das empresas é limitada e que há uma tendência no setor de consolidar grandes players com um amplo portfólio de marcas e produtos, visando atender a diversos perfis de consumidores.
As empresas anunciaram o negócio no dia 5 de fevereiro, envolvendo um faturamento aproximado de R$ 12 bilhões. Durante o período da divulgação das primeiras negociações, também foi estabelecido que o CEO da Arezzo, Alexandre Birman, assumirá a presidência da nova empresa resultante da fusão. Por outro lado, o CEO do Soma, Roberto Jatahy, liderará a unidade de vestuário feminino, que constitui a principal operação do novo empreendimento.
A fusão entre os dois grandes nomes da moda é a maior no varejo desde a união entre Raia e Drogasil, em 2011. O Itaú BBA substituiu a Vivara (VIVA3) pela Arezzo (ARZZ3) na carteira Brazil Buy List. Desde as últimas alterações feitas em novembro do ano passado, a carteira, composta por 10 ações, registrou um desempenho de 5,7%, superando os retornos do Ibovespa (IBOV) de 1,9%. Segundo os analistas, a Arezzo foi incluída no catálogo como uma das principais escolhas dentro do tema “cíclicos de qualidade”, devido ao seu potencial de crescimento e às oportunidades de sinergias decorrentes da fusão com a Soma (SOMA3).
A estimativa para a nova empresa é um múltiplo P/L (preço sobre lucro) de 13,2 vezes para 2025, já considerando as sinergias líquidas. Os analistas do Goldman Sachs observaram de perto a junção entre as duas empresas e a instituição recomenda a compra das ações da Arezzo, com um preço-alvo de R$ 91 em um período de 12 meses. Não há cobertura para o Grupo Soma. No entanto, eles destacam alguns riscos associados à fusão.
A Arezzo detém marcas como Arezzo, Schutz, Anacapri, AR & Co e também opera a marca Vans no Brasil, entre outras no segmento de calçados. Por outro lado, o Grupo Soma conta com marcas como Hering, Farm e Animale em seu portfólio. Com a fusão, as empresas irão gerenciar mais de 20 marcas e o mercado prevê que ultrapassem os R$ 12 bilhões em receitas.