O Ibovespa Futuro opera com baixa nos primeiros negócios desta quarta-feira (2), acompanhando movimento de cautela global após o innesperado rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Fitch na terça-feira, enquanto investidores aguardam pela decisão sobre juros do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve realizar o primeiro corte na Selic desde agosto de 2020.
Corte de juros no Brasil é dado como certo, mas dúvida continua sendo sobre a magnitude da redução, em 0,25 ou 0,5 ponto porcentual.
Pela manhã, as atenções voltam-se para falas de Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Enquanto o presidente fala com correspondentes estrangeiros, Haddad será entrevistado a partir das 9h no programa “Bom dia, Ministro”.
Ainda na frente política, o atraso na Reforma Ministerial negociada pelo Governo para acomodar o Centrão travou o avanço do marco fiscal na Câmara, o que deve reduzir a probabilidade de devoluções de prêmios mais fortes hoje.
Às 9h13 (horário de Brasília), o índice futuro com vencimento em agosto operava com queda de 0,39%, a 121.155 pontos.
Em Wall Street, os índices futuros de Nova York operam em baixa, à medida que investidores avaliam as perspectivas para a economia americana depois que a Fitch Ratings rebaixou o rating de inadimplência de emissor de moeda estrangeira de longo prazo dos País na terça-feira.
Investidores ainda repercutem a divulgação do relatório de empregos ADP de julho antes da abertura dos mercados. Economistas consultados pela Dow Jones esperavam um aumento de 175 mil, enquanto a alta foi bem mais expressiva, de 324 mil.
Nesta manhã, Dow Jones Futuro recuava 0,32%, S&P Futuro caía 0,51% e Nasdaq Futuro operava com baixa de 0,74%.
Dólar
O dólar comercial opera com baixa de 0,09%, cotado a R$ 4,784 na compra e R$ 4,785 na venda. Já o dólar futuro para setembro subia 0,19%, equivalente a R$ 4,812.
O índice do dólar (DXY), que acompanha a moeda contra seis pares, caiu 0,04% em 102,26, com os investidores ignorando o rebaixamento da classificação de crédito dos EUA pela Fitch.
No mercado de juros, os contratos futuros operam com baixa antes do Copom. O DIF24 (janeiro para 2024) opera com baixa de 0,01 pp, a 12,61%; DIF25, -0,01 pp, a 10,67%; DIF26, -0,01 pp, a 10,10%; DIF27, -0,02 pp, a 10,14%; DIF28, -0,01 pp, a 10,36%; DIF29 -0,01 pp, a 10,51%.
Exterior
Os mercados europeus operam com baixa, também repercutindo o corte da classificação de crédito dos Estados Unidos, em meio a uma semana carregada de resultados corporativos.
O índice Stoxx 600 opera com forte baixa, com todos os setores e principais bolsas em território negativo. As ações de mineração foram as que mais pressionaram o índice, com queda de 2,1%, enquanto as de viagens e lazer perderam 2% e as de saúde caíram 1,9%.
Os dados de inflação da zona do euro superaram as expectativas na segunda-feira, com a atividade econômica se recuperando no segundo trimestre deste ano.
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam com queda generalizada, depois que a agência de classificação Fitch cortou a classificação de crédito dos EUA de AAA para AA+.
O Nikkei, do Japão, liderou as perdas na região, caindo 2,3% e fechando em 32.707,69 pontos, arrastado pelas ações de utilidades e tecnologia em saúde.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, também caiu 2,27%, principalmente devido às ações de saúde. Os mercados da China continental também estavam em território negativo. O Shanghai Composite caiu 0,89% para fechar em 3.261,69 pontos.
O Kospi, da Coreia do Sul ,caiu 1,9% para 2.616,47 pontos, quebrando uma seqüência de quatro dias de vitórias. O país viu sua taxa de inflação para julho atingir 2,3% – seu nível mais baixo em 25 meses.
Enquanto isso, o S&P/ASX 200, da Austrália, caiu 1,29%, um dia depois que o Reserve Bank of Australia manteve sua taxa de juros de referência em 4,1%.
As cotações do petróleo operam em alta, com investidores apostando em ofertas globais mais apertadas e crescimento da demanda no segundo semestre de 2023.
Os preços do minério de ferro na China fecharam com baixa após subir por duas sessões seguidas nesta semana.