Fim do Carnaval, o Ibovespa recupera o sorriso e a alegria que não conseguiu em fevereiro: alta de 0,22%, aos 123.063,77, um ganho de 264,28 pontos. O esquindô-lê-lê passou pela ala do dólar comercial, que apresentou forte baixa de 2,72%, a R$ 5,75; e se ampliou para a alegoria bem feita dos juros futuros (DIs), que desceram por toda a curva.
O enredo para o cenário de hoje inclui o governo Donald Trump implementando as tarifas de importação de 25% sobre produtos vindos do Canadá e do México e uma tarifa adicional de 10% sobre mercadorias chinesas.
“Diante dessa medida, Canadá e China reagiram com sanções retaliatórias”, ressaltou André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferência internacional, cartão e conta global Remessa Online. “O governo de Justin Trudeau estabeleceu tarifas de 25% sobre produtos americanos, enquanto a China impôs tarifas de até 15% sobre produtos agropecuários dos EUA“. A guerra comercial agora é franca e aberta.
Enfraquecimento do dólar
“Esse enfraquecimento do dólar se estende ao longo da semana. Nos primeiros cinco dias de março, o DXY acumula perdas próximas a 3%. Simultaneamente, as moedas de países emergentes apresentaram valorização em bloco. O real e o peso chileno se destacaram, com altas de 1,6% e 1,4%, respectivamente”.
Mas o enredo ainda inclui a tentativa de paz na Ucrânia e decisões política na China.
Sorte da Bolsa brasileira: sem abrir a última segunda (3) e terça (4), quando o mau humor em Wall Street foi retumbante, pegou ontem só a dispersão desse sentimento ruim, quando por lá subiram os principais índices, todos acima de 1%, com Trump avaliando alívio às montadoras. Na Europa, igualmente, amplas altas.
Vale sobe e Embraer decola
No balcão, foi um desfile de amplas variações. Do lado das altas, Vale (VALE3) subiu 0,80%, mesmo com minério de ferro sob tensão. Embraer (EMBR3) decolou festivos 8,79%, com recomendação de compra por um grande banco. E os grandes bancos festejaram ganhos robustos: BB (BBAS3) subiu 1,68%, Bradesco (BBDC4) avançou 2,05%, Itaú Unibanco (ITUB4) valorizou 1,49% e Santander (SANB11) ganhou 1,43%.
Do lado das baixas, grande destaque é a perda de Petrobras (PETR4), que desceu 3,65%, que veio em harmonia com as petro juniores, que desvalorizaram amplamente, especialmente Brava (BRAV3), com 8,27%. A forte baixa do petróleo internacional está por trás deste enredo.
Outro destaque na avenida dos ganhos foi Hidrovias do Brasil (HBSA3), com 8,08%, após aumento de capital.
A semana é curta, mas é bom ter fôlego para pular o carnaval dos indicadores importantes que chegam até sexta, como PIB consolidado do 4T24 do Brasil e o payroll de fevereiro, o mais importante relatório do mercado de trabalho dos EUA.