Aos 25 anos comemorados neste mês, a Kicaldo mostra que, assim como as pessoas nessa idade, é uma jovem cheia de planos e boas perspectivas. A indústria de feijão e outros grãos está investindo R$ 45 milhões em uma nova fábrica, em Feira de Santana (BA), com a intenção de expandir a oferta no Nordeste.
A inauguração da fábrica, que deve substituir uma unidade obsoleta no mesmo local, ocorrerá em meados do ano que vem. Com isso, a capacidade de produção passará de 4 mil para 6 mil toneladas de grãos ao mês. A Kicaldo tem ainda uma fábrica em São Paulo, com capacidade de 12 mil toneladas mensais.
A empresa espera aumentar o faturamento entre 8% e 10% em 2024, mesmo percentual de crescimento registrado neste ano, que deve terminar com receita de R$ 1,2 bilhão.
“Ao longo dos anos, temos sempre investido em inovação para garantir que nossos produtos cheguem em boa qualidade e a um baixo custo”, disse à reportagem Mauro Bortolanza, fundador e presidente da Kicaldo.
Segundo ele, os produtos da empresa são muito bem aceitos e “tudo que é colocado no mercado é vendido”. O carro-chefe é o feijão-carioca, com 60% das vendas, seguido pelo preto, com 30%. Os demais produtos são pulses, como grão-de-bico e lentilha, além de farináceos de mandioca e milho de pipoca.
A empresa investe no Nordeste porque a região é um importante mercado consumidor de feijão, sendo que a Bahia tem o maior consumo per capita da leguminosa no país.
Além de ampliar o comércio na região, a Kicaldo também busca conquistar os consumidores mais exigentes. Recentemente, a companhia lançou um feijão orgânico, com rastreabilidade em toda a cadeia de produção. Ele é fornecido pela Fazenda da Toca, comprada em pela Mantiqueira no fim de 2022.
Os demais grãos com os quais a empresa trabalha são comprados no mercado spot de cerealistas e produtores tradicionais. “É o nosso maior desafio, o fornecimento de feijão, não porque não se encontre, mas porque é variável a depender das condições de mercado”, afirma o executivo, que também é presidente da Associação Brasileira da Indústria de Feijão (Abifeijão).
A Kicaldo não trabalha com fornecedores exclusivos ou contratos futuros.
Na avaliação de Bortolanza, apesar das variações de safra e das condições de mercado, o feijão seguirá como uma alternativa sempre importante para o produtor rural “É ótimo para rotação de culturas e rentável em muitos momentos. O que temos que fazer é gerenciar e planejar de quem comprar e em que época”, observou.
A Kicaldo trabalha com estoques próximos a 15 dias. Segundo o empresário, novas cultivares de sementes garantem que o feijão não escureça rápido e, cada vez mais, isso tem feito os cerealistas, cooperativas e produtores guardarem os grãos e esperarem os preços subir para vender.
Fonte: Globo Rural