A situação financeira andava tão complexa na Marisa que a varejista, com 75 anos de operação e há 16 anos em bolsa, bateu bumbo com a obtenção de um crédito bancário. Com a deterioração de resultados e descrença do mercado na recuperação do negócio – somado ao cenário de juros e reflexos da crise da Americanas -, a varejista andava “negativada” na praça. As torneiras do crédito se fecharam pelo período mais longo de sua história.
Depois de aporte dos controladores na financeira e medidas operacionais da gestão da Marisa, o BTG Pactual vai emprestar até R$ 65 milhões à varejista, com prazo de três anos. A companhia não revelou o custo do crédito, mas o alívio de retomar esse acesso, outrora corriqueiro, refletiu-se na bolsa. As ações da varejista dispararam 23,9% nesta sexta-feira, ganhando em valor de mercado o equivalente a pouco mais da metade do crédito obtido.
A companhia vale em bolsa atualmente R$ 185 milhões, ainda uma fração do que já foi (no ano, a queda é de 57%).
Por enquanto, a tratativa foi com um banco só e teve que ser costurada por um assessor financeiro, a BR Partners. É ainda um contrato vinculante com o BTG – a concessão de fato depende algumas condições precedentes. O banco terá como garantia parte dos direitos creditórios da companhia (relativos a crédito fiscal).
Outra parte desses direitos creditórios, no montante de R$ 85 milhões, pode ser compensada pela companhia. Assim, a varejista tem um reforço somado de capital de giro de R$ 150 milhões.
Fonte: Pipeline