Em relação a outras modalidades de investimento, destacam-se entre as principais nas apostas das cearenses a previdência, com 31%, e os fundos 11%. A renda variável, que engloba opções mais ousadas, teve 1% da carteira do Santander no estado em 2023.
No levantamento do Santander, quando observada a carteira do banco em todos os estados entre as mulheres, o patamar da renda fixa em 2023 permaneceu o mesmo de um ano atrás: 53%. Surpreendentemente, o comportamento adotado pelos homens – que geralmente se arriscam mais – também foi na direção do conservadorismo: eles elevaram a parcela em renda fixa no mesmo período de comparação, de 50% em 2022 para 52% em 2023. “Os dados mostram que as mulheres são mais disciplinadas em suas aplicações e, mesmo em anos desafiadores como o ano passado e o anterior, elas mostraram persistência”, diz Luciane Effting, executiva responsável pelo Santander AAA.
Esse comportamento foi mostrado também na 7ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela Associação Nacional das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), mostrando as mulheres pensam na segurança financeira ao investir, quesito que lidera as motivações delas desde a primeira edição da pesquisa, em 2018.
Quando o tema é previdência, a constância também é um aspecto percebido entre as investidoras do país, com uma pequena elevação de 27,7% do total da carteira em 2022 para 28,4% em 2023. Os homens também não registraram grandes movimentos de um ano para outro, mas com uma parcela um pouco menor da carteira: 24%. “Quase 30% da carteira de previdência confirma que elas são mais disciplinadas e preocupadas com o seu futuro”, afirma Luciane.
Seguindo tendência de toda a indústria, os fundos de investimentos também perderam espaço na carteira das mulheres de um ano para outro no Brasil, caindo de 14% para 12% do total dos investimentos entre 2022 e 2023. De acordo com a Anbima, só em 2023 os fundos registraram saídas líquidas de R$ 127,9 bilhões. Entre os homens, a redução dos investimentos em fundos foi ainda maior, de 17% para 14%, respectivamente, no ano passado em relação ao ano anterior.
A única categoria que registrou um crescimento na carteira feminina de investimentos no país foi a dos Certificados de Operações Estruturadas (COEs), cuja parcela avançou de 2,64% para 4,35%. Renda Variável e Crédito Privado ficaram com pouco mais de 1% do total do portfólio, tanto em 2022 quanto em 2023.