Com desafios macro e microeconômicos, as ações da Pagbank (NYSE:PAGS) e da Stone (NASDAQ:STNE) foram rebaixadas pelo Itaú BBA. Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado nesta quarta-feira, 11, o banco indicou a mudança de recomendação de Stone para underperform, equivalente à venda, e Pagbank para market perform, que corresponde à neutra. Cielo segue com indicação market perform.
“Uma combinação de ventos contrários para a indústria de cartões e o aumento da intensidade competitiva está eliminando rapidamente os ganhos de margem anteriormente modelados decorrentes da redução das taxas Selic”, aponta o Itaú BBA.
“Os emissores tradicionais de cartões de crédito continuam cautelosos com o produto, enquanto os novos entrantes perderam oxigênio para novos volumes. Os pequenos emissores de cartões que enfrentam taxas de incumprimento elevadas estão a tornar-se um risco de crédito para os adquirentes”, completa o Itaú BBA, que indica ainda riscos com a rápida entrada no mercado no débito e em breve no crédito do PIX, diante de inovações bancárias.
Além disso, alterações de regulamentação referentes às taxas de cartão de crédito podem prejudicar a indústria de cartões e adquirentes. Assim, o Itaú BBA recomenda evitar o setor, preferindo bancos de qualidade em vez de adquirentes, elencando Nubank (BVMF:ROXO34) como escolha de crescimento em cobertura mais ampla, enquanto BTG (BVMF:BPAC11) e B3 (BVMF:B3SA3) seriam papéis mais “arriscados para aproveitar taxas de juros mais baixas”.
Cielo segue como market perform, com preço-alvo de R$3,9 para 2024. O Itaú BBA espera lucros decrescentes nos próximos trimestres, em meio à diminuição dos volumes e elevação de custos operacionais.
Para o Pagbank, com preço-alvo cortado de US$13 neste ano para US$10 em 2024 para as ações listadas no mercado americano, os analistas ponderam que seguem gostando da execução das aquisições do Pagbank, mas o rebaixamento tardio é resultado de seu valuation e falta de drivers positivos no momento.
Enquanto isso, o rebaixamento de Stone foi considerado o mais difícil, pois houve surpresa nos dados do primeiro semestre e revisões de projeções de curto prazo. Ainda, o Itaú BBA destaca que é o também o adquirente mais caro e exige capital e pessoas intensivas, “com receitas por funcionário ainda mais baixas do que os grandes bancos. Ela não possui uma experiência bancária desenvolvida e o software não se tornou a solução que desejava para reduzir a rotatividade, aumentar o engajamento e mudar sua percepção para a de uma empresa de tecnologia”. Assim, o preço-alvo passou de US$11 para US$9 para as ações listadas nos EUA.
Às 11h54 (de Brasília), as ações da Cielo (BVMF:CIEL3) subiam 1,96%, a R$3,64.
Os BDRs do Pagbank (BVMF:PAGS34)perdiam 1,01%, a R$8,79.
Os BDRs da Stone (BVMF:STOC31) recuavam 3,34%, a R$50,71.
Fonte: Investing