Depois de quatro anos desde o lançamento, o Pix alcançou uma marca histórica. Em levantamento realizado pela própria autoridade monetária, o sistema lançado em dezembro de 2020 se tornou o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, e deixou para trás o cartão de débito e o dinheiro.
Em 2021, 46,1% da população já havia adotado o Pix como meio de pagamento para o dia a dia. Três anos depois, esse percentual avançou para 76,4%, o que fez com que saltasse do terceiro para o primeiro lugar nesse período. Em seguida, vêm cartão de débito (69,1%) e o dinheiro (68,9%). Os dados foram coletados na pesquisa O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, publicada nesta sexta-feira (20/12).
“O trabalho é uma importante fonte de informações para o aprimoramento contínuo da gestão do meio circulante brasileiro e das ações de divulgação sobre características das cédulas e moedas do real”, destaca o diretor de Administração do BC, Rodrigo Teixeira.
Entre os homens, a taxa é ainda maior: 78,4% utilizam o Pix para fazer pagamentos, enquanto que o percentual entre as mulheres é de 74,5%. A popularidade do Pix é ainda maior entre as pessoas entre 25 e 34 anos, com uma taxa de aceitação de 91,2%, enquanto que a partir dos 60 anos, ela despenca para 43,9%.
Entre as vantagens do Pix relatadas por clientes, estão a segurança, obtenção de descontos, facilidade de uso, custos, controle de gastos, aceitação pelos estabelecimentos, comodidade e gastos emergenciais. A pesquisa ouviu 2 mil pessoas entre 28 de maio e 1º de julho de 2024.
Aceitação grande
De acordo com a pesquisa, o Pix é amplamente usado por brasileiros de ambos os sexos, de todas as classes sociais e nas cinco regiões do país.
No recorte por gênero, 74,5% das mulheres o utilizam. Com relação aos homens, o percentual é um pouco maior: 78,4%. Na comparação por idade, a utilização é maior entre os mais novos: 87% entre as pessoas de 16 a 24 anos; 91,2% entre 25 e 34 anos; 91,1% entre 35 e 44 anos; 71,4% entre 45 e 59 anos; e 43,9% a partir de 60 anos.
O Pix também é usado por pessoas de todas as faixas de renda. Os percentuais são de 67,8% para quem recebe até dois salários mínimos; 79,9% no grupo de dois a cinco salários mínimos; 80,0% no grupo de cinco a dez salários mínimos; e 91,7% para a faixa superior a dez salários mínimos.
“A pesquisa mostra que a agenda de digitalização do Banco Central, com o Pix, está a todo vapor, mudando os hábitos de pagamento dos brasileiros. E a tendência é de aumento do Pix para os próximos anos. Com o Pix Automático e o Pix por aproximação, certamente teremos um novo mapa de pagamentos no país, que deve ser refletido na próxima pesquisa”, afirmou o Diretor de Administração do BC.
Vantagens do Pix
A pesquisa avaliou os meios de pagamento em diversos aspectos, destacando o Pix como o mais lembrado em segurança, obtenção de descontos, facilidade de uso, custos, controle de gastos, aceitação pelos estabelecimentos, comodidade e gastos emergenciais.
Dinheiro físico
Mesmo com o Pix e toda a evolução tecnológica, o dinheiro físico ainda se faz bastante presente na vida dos brasileiros, sendo o terceiro meio de pagamento mais utilizado.
De acordo com o estudo, 67,6% das mulheres e 70,5% dos homens utilizam as cédulas e moedas do real.
Esse uso é mais intenso entre aqueles que possuem menor renda: 75% das pessoas que recebem até dois salários mínimos; e 69% dos que ganham entre dois e cinco salários mínimos.
Quando a renda aumenta um pouco, o uso do dinheiro físico se torna menos frequente: 59,4% das pessoas que auferem entre cinco de dez salários mínimos; e 58,3% das que recebem mais de dez utilizam notas e/ou moedas de real hoje em dia.
O uso do dinheiro físico também é, em média, ligeiramente maior entre os mais velhos. De acordo com o levantamento, 72,7% das pessoas que têm 60 anos ou mais utilizam esse meio de pagamento; esse percentual cai para 68,6% entre pessoas de 16 a 24 anos.
Ainda sobre o dinheiro físico, a população avalia que as notas que mais fazem falta em circulação são as de R$5,00, R$10,00 e R$2,00. Já quanto às moedas, os entrevistados pontuaram que deveria haver mais moedas de R$0,50 e R$1,00 em circulação.
O Chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, Antonio Medina, explicou que é papel do BC estar atento e atender a essa demanda. Segundo ele, o lançamento da nota de R$200, por exemplo, foi uma necessidade à época da pandemia, quando o uso do meio circulante cresceu no Brasil (30%) e em diversas partes do mundo.
Segurança
O levantamento mostra que o conhecimento sobre os elementos de segurança das cédulas é baixo: 31,6% da população não conhece nenhum item de segurança, enquanto apenas 5,5% conhecem mais de três. Além disso, o hábito de verificá-los também não faz parte do dia a dia da maioria dos brasileiros. A verificação ocorre mais frequentemente entre os caixas de comércio e nos valores mais altos (R$50,00, R$100,00 e R$200).
Os itens de segurança citados como conhecidos são a marca-d’água, o fio de segurança, a textura do papel e a impressão em alto-relevo.
Frequência
Além de apontar os meios de pagamento adotados, a pesquisa também procurou saber, dentre eles, qual é usado com maior frequência pela população.
Aqui, o Pix permanece na primeira posição, com 46,1%. O segundo lugar, no entanto, fica com o dinheiro (22%), seguido pelos cartões de débito (17,4%) e de crédito (11,5%).