A vida de um empreendedor é uma montanha-russa financeira. Há meses de lucros altos e outros em que as contas parecem não fechar. No meio dessa jornada, um erro comum e perigoso pode comprometer a saúde do negócio: misturar finanças pessoais com as da empresa.
Muitos empreendedores, especialmente os iniciantes, acabam confundindo suas contas bancárias, retirando dinheiro do caixa da empresa para despesas pessoais ou pagando contas da empresa com dinheiro pessoal. No curto prazo, pode parecer inofensivo, mas a longo prazo, essa prática prejudica a saúde financeira do negócio e impede um crescimento sustentável.
Se você deseja construir um negócio financeiramente saudável e próspero, entender como separar as finanças é essencial.
Tenha contas bancárias separadas, primeiro passo para organizar as finanças do seu negócio é abrir uma conta bancária exclusiva para ele. Manter todas as receitas e despesas empresariais em uma conta separada ajuda a controlar melhor o fluxo de caixa e facilita a gestão contábil. Além disso, permite um acompanhamento mais claro do desempenho financeiro da empresa.
Defina um pró-labore, o empreendedor precisa entender que o dinheiro do negócio não é uma extensão da sua conta pessoal. Em vez de retirar dinheiro aleatoriamente da empresa, estabeleça um pró-labore fixo, ou seja, uma remuneração mensal para você, como se fosse um salário. Isso trará previsibilidade financeira e ajudará no equilíbrio entre as contas pessoais e empresariais.
Assim como a empresa precisa ter um planejamento financeiro, suas finanças pessoais também devem estar organizadas. Defina um orçamento mensal para suas despesas pessoais, considerando seu pró-labore, e elabore um orçamento separado para a empresa, garantindo que todas as necessidades operacionais sejam cobertas.
Ferramentas de gestão financeira, ajudam a manter o controle das finanças empresariais. Um bom sistema permite visualizar receitas, despesas, lucros e fluxo de caixa, evitando surpresas desagradáveis. Além disso, possibilita a tomada de decisões mais assertivas com base em dados concretos.
Assim como as finanças pessoais exigem um fundo de emergência, sua empresa também precisa de uma reserva financeira para momentos de crise. O ideal é que a empresa tenha um caixa suficiente para cobrir de três a seis meses de despesas fixas, garantindo sua sobrevivência em períodos de instabilidade.
Um dos erros mais comuns entre empreendedores é acreditar que podem retirar dinheiro da empresa a qualquer momento. Para evitar isso, estabeleça uma política financeira rígida e cumpra o que foi planejado. Se precisar de um valor extra, trate isso como um empréstimo da empresa, documentando a retirada e definindo um plano de devolução.
Manter um controle rigoroso do fluxo de caixa é fundamental para a sustentabilidade do negócio. Registre todas as entradas e saídas de dinheiro, categorize os gastos e faça análises periódicas para identificar possíveis cortes de custos ou oportunidades de investimento.
Empreendedores de sucesso sabem que parte dos lucros deve ser reinvestida para o crescimento da empresa. Expansão, inovação e melhoria dos processos são fundamentais para manter o negócio competitivo e lucrativo. Evite retirar todo o lucro como ganho pessoal e crie uma estratégia de reinvestimento consciente.
Definir metas claras para o seu negócio ajuda a manter o foco e medir o progresso. Estabeleça objetivos de faturamento, redução de custos, aumento de margem de lucro e crescimento da reserva financeira. Metas bem planejadas garantem uma visão estratégica e um planejamento financeiro eficaz.
Um grande exemplo de negócios que souberam separar suas finanças e garantir sustentabilidade ao longo dos séculos são as Shinise, empresas japonesas com mais de 100 anos de existência. Algumas delas ultrapassam os 1.000 anos, como a construtora Kongo Gumi, fundada em 578 d.C.
O segredo dessas empresas está em uma gestão financeira rigorosa e valores passados de geração em geração. Entre os principais fatores para sua longevidade estão, gestão financeira disciplinada: sempre reinvestem no negócio e mantêm reservas robustas para crises, foco na qualidade e reputação: mantêm um compromisso forte com seus clientes e a comunidade, adaptação às mudanças: evoluem com o tempo, sem perder a essência e tradição e governança estruturada: os gestores respeitam as finanças da empresa e separam claramente os interesses pessoais dos empresariais.
Separar as finanças pessoais das empresariais não é apenas uma questão de organização, mas um fator decisivo para a sustentabilidade do negócio. Empreendedores que adotam boas práticas financeiras conseguem ter uma visão clara da situação do seu negócio, tomar decisões estratégicas com mais segurança e garantir um futuro sólido tanto para a empresa quanto para sua vida pessoal.