O programa que a Apple rodou no Brasil para desenvolvedores em 2014 era sigiloso, e Fabio Barboza, Bruno Bulso e Rodrigo Freitas decidiram participar. Durante o processo, eles tiveram a ideia de criar um negócio para fazer aplicativos para empresas. Ao fim da iniciativa, já tinham conquistado clientes fora do país. Após uma pivotagem, a Kobe Apps hoje soma mais de 250 projetos realizados para clientes como Cacau Show, Fast Shop, Multi, Decathlon e TokStok, e prevê faturar R$ 20 milhões em 2024.
A startup se transformou em uma plataforma SaaS que possibilita que o time de marketing das empresas façam a gestão dos aplicativos a partir de uma versão inicial criada pela equipe da Kobe Apps. Com mais de 250 módulos e ferramentas específicas para cada segmento, e integração com um ecossistema de 40 parceiros, como Salesforce, VTEX e Trustvox, a solução facilita o dia a dia da operação dos aplicativos.
Quando se conheceram na faculdade, Bulso e Barboza já conversavam sobre empreender. Vislumbraram uma oportunidade de crescimento profissional quando o Apple Developer Program foi realizado em Porto Alegre, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em 2014.
“A Kobe surgiu dentro do programa. No início, queríamos desenvolver sites, mas era o boom do mobile e descobrimos um universo gigantesco de aplicativos. Começamos a analisar as marcas importantes nacionais e a maioria não tinha apps ou, se tinha, a experiência não era boa”, relembra Bulso, COO da startup.
Inicialmente, a Kobe prestava consultoria para as empresas para entender as suas dores e, a partir disso, desenvolver um aplicativo, sistema web ou outras ferramentas. Clientes como Mobly, TokStok, Telha Norte e Decathlon foram atendidos nessa época, e chegavam com dificuldade de vender no digital e vontade de se posicionar com um aplicativo próprio.
“Entendemos que havia uma lacuna no mercado para atender empresas de varejo e prover uma solução plug and play para acelerar o desenvolvimento de apps, no formato SaaS, com alto nível de customização”, conta. A Kobe então mudou o modelo de negócios, passando a operar por assinatura, aumentando a base de clientes atendidos em um período de forte demanda, por causa da digitalização forçada pela pandemia.
“Apenas 18% dos varejistas têm um aplicativo próprio, há muito espaço no mercado. Ainda existe o conceito de que fazer um app demora, que é caro, por causa do conceito de software house, mas o nosso produto possibilita o lançamento em 30 dias, com pagamento mensal”, pontua. Segundo Blaso, a startup está lançando uma solução para a criação de aplicativos B2B, direcionado para representantes comerciais. Até o momento, a Kobe já atendeu 83 clientes – em 2022, eram 20.
Bootstrap desde o início da operação, a Kobe está no processo de captação de investimento para potencializar o crescimento na nova fase. “Entendemos que agora a dinâmica é diferente. Estamos finalizando nossa primeira rodada para construir novos produtos e acelerar nossa expansão. Será um seed mais reforçado”, revela.
A meta é superar os 100 clientes até o fim de 2024 e, em 2025, dobrar a carteira com a entrada dos usuários para o B2B. “São os clientes que nos ajudaram a vender e conectar com outros potenciais usuários. Para cada segmento na solução, buscamos ter um grande cliente-chave que vai dar respaldo e segurança para outras empresas”, indica. Com crescimento de 290% em 2023 em comparação com o ano anterior, a Kobe projeta faturamento de R$ 20 milhões para este ano.
Fonte: PEGN