A moeda brasileira, o real, recentemente completou 30 anos desde sua criação pelo então presidente Itamar Franco em 1994, como parte do Plano Real, que visava controlar a inflação galopante no país. Embora tenha sido inicialmente bem-sucedido em estabilizar a economia, o real sofreu uma desvalorização significativa ao longo dos anos. Em termos práticos, o que se comprava com R$ 9 em 1994, hoje custa R$ 100, uma perda de valor de 91%.
Recentemente, em abril de 2024, o real foi a moeda que mais se desvalorizou entre os países do G20 em relação ao dólar americano, ficando atrás de economias mais fragilizadas, como a Argentina. Esta desvalorização pode ter sérias implicações para o futuro financeiro dos brasileiros, especialmente aqueles com investimentos em ativos nacionais. Além da desvalorização do real, o Brasil também tem sido visto como um dos piores destinos do mundo para investimentos, de acordo com análises econômicas.
Uma das principais razões para a performance negativa do real em 2024 foi um anúncio do governo brasileiro sobre a revisão da meta fiscal para 2025. Originalmente, a equipe econômica do governo previa um déficit zero em 2024 e superávits primários de 0,5% do PIB em 2025 e 1% em 2026. No entanto, a nova projeção, que precisa ser aprovada até 30 de junho, alterou essas metas para um superávit de 0,25% do PIB em 2026, 0,5% em 2027 e 1% em 2028. Essa mudança desagradou o mercado, resultando na queda do Ibovespa e na valorização do dólar frente ao real, que atingiu R$ 5,21.
As finanças do governo influenciam diretamente os juros e a cotação da moeda. Quando o governo arrecada mais do que gasta, produzindo um superávit fiscal, isso reduz o endividamento e ajuda a baixar os preços, juros e custos da economia. A combinação de um cenário externo com juros americanos altos e um cenário doméstico com revisão das metas fiscais alterou as projeções do mercado. Espera-se agora que a taxa de juros, que estava projetada para 9% no final de 2024, seja ajustada para 10,5% ao ano.
Para investidores, essa situação representa um risco significativo. Manter todo o patrimônio investido no Brasil, sem diversificação, pode comprometer o futuro financeiro. Diversificar os investimentos, incluindo opções fora do país, pode ser uma estratégia para proteger o patrimônio contra a desvalorização da moeda nacional e o ambiente econômico instável.
Em resumo, o real, criado para combater a inflação, enfrenta agora desafios devido à desvalorização e à percepção negativa dos investidores sobre o Brasil. Entender as razões por trás da performance negativa do real e buscar alternativas de investimento pode ajudar a mitigar os riscos associados a essa desvalorização contínua e garantir uma melhor estabilidade financeira para o futuro.