A Southrock montou um portfólio estrelado de marcas no Brasil, comandando a operação nacional da Starbucks, da Subway e da TGI Fridays, como licenciado ou franqueador local. Também negociou recentemente a compra de fatia no Eataly. Mas o crescimento rápido, pandemia, juros altos e decisões estratégicas resultaram numa escalada da dívida da empresa, que tentava um sócio para ter fôlego financeiro e acaba de pedir recuperação judicial.
A dívida é de R$ 1,8 bilhão, conforme o documento protocolado pelo escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados no Tribunal de Justiça de São Paulo.
A Southrock havia contratado o UBS para negociar uma participação acionária na holding e o banco vinha se reunindo com fundos de private equity nas últimas semanas, apurou o Pipeline. Mas os fundos não estavam dispostos a uma transação às pressas numa história de reestruturação, disseram as fontes. A Southrock procurava cerca de R$ 700 milhões para refinanciamento da dívida, com parte de amortização e retomada de crescimento, segundo fontes.
A holding contratou a consultoria Galeazzi & Associados para reestruturar a operação, depois de postergar o pagamento de debêntures da Subway, que têm como garantia as ações detidas pelo SouthRock e pelo fundador e CEO Kenneth Pope. A empresa já havia prorrogado o pagamento de juros e a amortização da 1º série da debênture, que soma R$ 130 milhões, por duas vezes desde o início de outubro, sendo a última para 15 de novembro. Os papéis vencem em abril de 2029 e pagam juros de 6,75% mais a variação do CDI. Mas esse não era seu único problema.
Fonte: Pipeline