Você provavelmente já passou por uma das situações a seguir: está numa nova cidade (ou até onde mora, mesmo) e quer procurar por um restaurante, uma farmácia ou uma loja próxima. Para facilitar a busca, você pega seu celular e entra no aplicativo de mapa, e tenta encontrar o negócio por ali, com ajuda de geolocalização.
Trata-se de um procedimento comum para o consumidor e que se tornou um ponto de atenção maior para as empresas nos últimos anos.
A startup HubLocal, de Fortaleza, no Ceará, percebeu essa tendência e nasceu justamente com esse objetivo: colocar empresas nos mapas digitais – e atrair clientes para o ponto de venda físico.
Com essa operação, criada em 2019, a HubLocal faturou 17 milhões de reais em 2023. Agora, mira os 24 milhões de reais em receita.
Para ajudar nesse crescimento de 41%, a startup acaba de captar 3,5 milhões de reais. A rodada foi liderada pela Bossa Invest e pela GV Angels, que fez um dos maiores aportes da sua história, e ainda teve participação de follow on dos atuais investidores como os executivos renomados Yves Nogueira, líder do núcleo da Anjos do Brasil de Pernambuco, Américo Pereira, ex Fedex BR/Rapidão Cometa e Eduardo Gouveia, ex Cielo.
Desde a criação da startup, já foram 6 milhões de reais captados.
Qual é a história da HubLocal
O cearense Felipe Caezar, um dos fundadores da HubLocal, tem mais de 10 anos de trabalho em automatização de buscas. Antes de fundar a startup com Rodrigo Coifman, ele trabalhava mais especificamente com Google para empresas terceiras. Foi quando ouviu a reclamação de que algumas delas não estavam sendo encontradas nos mapas. E não era só do principal mecanismo de busca do mundo, não.
“O Google Maps é amplamente utilizado no Google, mas alguns dispositivos aderem a outros mapas: como o do iPhone ou do Facebook Places”, diz. “Descobri uma oportunidade de mercado ouvindo esses clientes, vendo que existe uma dor local. E cerca de 90% das empresas tinham esse problema”.
A HubLocal foi montada em 2019. Um problema, porém, virava a esquina: a pandemia.
O negócio tinha como objetivo principal levar as pessoas às lojas. Mas em 2020, as restrições sanitárias recomendavam o contrário: o ideal, mesmo, era não sair de casa.
“Achamos que não teríamos sucesso”, afirma Caezar. “Mas as pessoas continuaram procurando as empresas, até mais, para saber se elas tinham algum negócio online. Viramos uma operação phygital, e deu muito certo”.
Atualmente, a empresa atende cerca de 18.000 estabelecimentos assinantes.
Como a HubLocal funciona
A empresa funciona como uma ferramenta de assinatura, com receita recorrente. Ela presta o serviço de inserir empresas nos principais mapas da internet por meio de um software desenvolvido pela própria startup.
A assinatura se dá porque esse software, além de inserir as empresas no mapa, faz todo trabalho de gestão de avaliações, atualização de informações e manutenção de dados para garantir não só que apareça no mapa, mas também que o negócio seja destaque nas ferramentas de busca — tão importante quanto.
“Trabalho de reputação online não é uma corrida de 100 metros”, diz. “Precisa ser um trabalho constante, porque se a empresa para de cuidar da reputação, ela perde na hora. Garantimos uma receita recorrente porque automatizamos essa reputação, com inteligência artificial e com processos mais velozes”.
A empresa também tem uma ferramenta que consegue monitorar melhor possíveis clientes. Eles conseguem identificar, por exemplo, quantas pessoas viram uma operação e ligaram para o negócio. A inteligência artificial também ajuda o empreendedor dando dicas de como ficar melhor posicionado.
Hoje, a maioria dos clientes são pequenos e médios negócios, principalmente do segmento de varejo e atacado. Há também serviços bancários, academias e o setor de saúde.
Quais as metas da HubLocal
Com o novo aporte de R$ 3,5 milhões, a empresa tem um objetivo claro: atingir o breakeven, termo que se refere ao momento de uma startup em que ela passa a lucrar.
“Estávamos crescemos 200% ao ano, num processo constante de investimentos”, diz. “Agora, não queremos mais crescer tanto, faremos investimentos susntentáveis mirando essa virada de chave”.
Grande parte do dinheiro será usada em tecnologia interna, para prospecção de cliente e desenvolvimento de inteligência artificial ponta a ponta. Outra parte do recurso será aplicado na eficiência do time.
“Os recursos estão sendo direcionados para reforçar a sustentabilidade do negócio, ao mesmo tempo em que perseguimos um ritmo de crescimento eficiente e aguardamos a finalização de uma rodada maior que está em curso”, afirma Caezar.
Fonte: Exame