A corrida pelo desenvolvimento da inteligência artificial (IA) está impulsionando um novo movimento no Vale do Silício: investimentos robustos em energia nuclear. Lideranças como Sam Altman, CEO da OpenAI, e Bill Gates, fundador da Microsoft, estão financiando startups que prometem transformar o setor energético, combinando inovação tecnológica e sustentabilidade ambiental. As informações são da CNN.
Altman é uma das figuras centrais desse movimento. Além de liderar a OpenAI, ele preside a Oklo, empresa que desenvolve reatores nucleares avançados projetados para fornecer energia limpa e acessível. A startup Helion Energy, que aposta na fusão nuclear, também recebeu aportes de Altman, além de nomes como Dustin Moskovitz, cofundador do Facebook, e Reid Hoffman, fundador do LinkedIn.
O consumo de energia dos data centers cresceu 50% desde 2020 nos Estados Unidos. Nesse cenário, a energia nuclear tornou-se estratégica para gigantes como Microsoft, Amazon e Meta, que buscam garantir o funcionamento ininterrupto de suas operações.
A Microsoft, por exemplo, firmou um acordo para reativar um reator nuclear em Three Mile Island, Pensilvânia, até 2028. Enquanto isso, a Amazon e a Meta avançam em negociações para assegurar contratos de fornecimento de energia nuclear para seus data centers.
Além da Oklo, a TerraPower, startup fundada por Gates, também participa da corrida nuclear. A empresa está construindo um reator de demonstração em Wyoming, projetado para substituir uma usina de carvão. “Este é um passo essencial para o futuro do país e do planeta”, afirmou Gates em junho deste ano.
No entanto, o movimento enfrenta desafios. Especialistas alertam para os riscos de afrouxamento regulatório em um setor historicamente associado a preocupações de segurança. “A influência do Vale do Silício pode reduzir regras essenciais para proteger o público”, disse Edwin Lyman, da Union of Concerned Scientists, uma ONG formada por cientistas, à CNN.
Apesar das críticas, a energia nuclear avança como peça-chave na transição para uma matriz energética limpa e resiliente. A administração Biden sancionou em julho uma lei para acelerar a construção de novos reatores, enquanto líderes globais se comprometem a triplicar a capacidade nuclear até 2050.
Os desafios técnicos permanecem significativos. A Oklo ainda está na fase de testes de seus reatores, e o progresso depende de fatores como o acesso a urânio enriquecido. Mesmo assim, investidores como Altman e Gates defendem a viabilidade dos projetos.