A gigante de pagamentos Visa disse nesta quarta-feira que vai adquirir a fintech brasileira Pismo por 1 bilhão de dólares para expandir sua presença na América Latina, à medida que a região continua atraindo inúmeros investimentos estrangeiros.
A Pismo manterá sua equipe de gestão atual e o negócio deve ser fechado até o final de 2023, disse a Visa.
A consolidação também amplia as ofertas da Pismo, com sede em São Paulo. A fintech oferece tecnologia por meio da qual os clientes podem emitir cartões Visa e Mastercard.
Para a Visa, a maior processadora de pagamentos do mundo, unir forças com a Pismo é a primeira grande consolidação desde 2021, quando a empresa assinou um acordo para comprar a Tink, plataforma europeia de open banking, por 2,2 bilhões de dólares, e também a provedora britânica de pagamentos transfronteiriços Currencycloud.
A plataforma baseada em nuvem da Pismo para instituições financeiras hospeda mais de 70 milhões de contas e movimenta mais de 200 bilhões de dólares por ano.
A empresa de sete anos foi fundada pelos empresários Ricardo Josua, Daniela Binatti, Juliana Binatti e Marcelo Parise. A fintech possui atualmente operações na América Latina, Europa, América do Norte, Sudeste Asiático e Índia.
A Pismo levantou 108 milhões de dólares em uma rodada de investimentos de série B em 2021, liderada por SoftBank, do Japão, Amazon.com e pela empresa global de capital de risco Accel.
O acordo com a Pismo também destaca a crescente importância da América Latina como um investimento estrategicamente sólido, após ser base para uma série de empresas de alto crescimento, sendo uma das mais notáveis o Nubank.
A abertura de capital bem-sucedida do Nubank ajudou mais de 1.300 startups na América Latina a arrecadar cerca de 28,17 bilhões de dólares em financiamento em 2022, segundo a Associação para Investimento de Capital Privado na América Latina.
Ainda assim, as startups latino-americanas costumam reclamar que os bancos da região não têm o suporte de que precisam. Startups de tecnologia na região também tiveram dificuldades para encontrar alternativas bancárias após o colapso do Silicon Valley Bank em março.