A Worldcoin interrompeu suas ações de escaneamento de íris off-line para usuários de três grandes mercados globais: Índia, Brasil e França, segundo uma reportagem da Moneycontrol publicada em 21 de dezembro.
Um globo cromático que escaneia os globos oculares dos indivíduos para verificar digitalmente suas identidades, o Orb foi concebido pela Worldcoin como uma ferramenta para identificar os habitantes de regiões onde nem sempre o serviço está disponível.
A empresa estimulou o processo de identificação off-line oferecendo recompensas em USDC para os operadores locais do Orb. A partir de novembro, a Worldcoin começou a pagar as recompensas com seu token nativo, o WLD.
De acordo com a Moneycontrol, a Worldcoin “silenciosamente descontinuou” o processo de verificação de identidade na Índia há “três ou quatro meses”, apesar das multidões que se reuniam em filas para terem suas íris escaneadas pelos operadores de Orbs em algumas regiões do país. No entanto, a Tools for Humanity, a fundação que supervisiona a Worldcoin, explicou que, desde o início, a iniciativa de identificação de usuários na Índia, na França e no Brasil ocorreria por um tempo limitado.
O Cointelegraph entrou em contato com a Worldcoin para obter mais detalhes a respeito da reportagem, mas ainda não recebeu uma resposta.
O processo de integração, que envolve a coleta de dados privados, como o escaneamento da íris, foi alvo de controvérsias. Os críticos têm sugerido repetidamente que o projeto, idealizado pelo fundador da OpenAI, Sam Altman, é eticamente questionável e contém muitos ingredientes de um “pesadelo distópico.”
Os órgãos reguladores de diversas jurisdições também demonstraram ceticismo em relação ao projeto. As autoridades financeiras alemãs abriram uma investigação sobre a Worldcoin em 2022, enquanto o órgão regulador de dados do Reino Unido também ameaçou abrir uma investigação local logo nos dias seguintes ao lançamento do projeto. O Quênia proibiu totalmente a atividade da Worldcoin no país.
Em agosto, a plataforma de segurança CertiK relatou uma vulnerabilidade nos processos de verificação dos operadores de Orbs que poderia ter permitido que um invasor contornasse o processo de verificação e operasse uma Orb sem ser entrevistado ou ser adequadamente identificado.
Fonte: CoinTelegraph Brasil