As exportações do Ceará registraram um crescimento expressivo de 47,1% no primeiro trimestre de 2025 (janeiro a março), em comparação com o mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 453,6 milhões, segundo dados do Comex Stat, plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Apesar do bom desempenho nas vendas externas, as importações somaram US$ 719,1 milhões, resultando em um déficit comercial de US$ 265,5 milhões entre janeiro e março. Entre os principais destaques da pauta exportadora cearense estão os produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro e aço, que somaram US$ 179 milhões no terceiro trimestre, um aumento de 118% em relação ao mesmo período do ano passado.
Outro setor que manteve crescimento foi o de calçados, tradicional na economia do Estado, que exportou US$ 62,7 milhões, um avanço de 2,55%. Já o segmento de frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas, teve desempenho ainda mais significativo, atingindo US$ 51 milhões em exportações, o que representa um crescimento de 56% frente ao primeiro trimestre de 2024. Também se destacou o mercado de filés e outras carnes de peixes congelados, frescos ou refrigerados, que apresentou um salto de 122%, com valor exportado de US$ 14,3 milhões. No setor específico de frutas frescas, a alta foi de 82,7%, totalizando US$ 4,01 milhões.
Expectativa
A expectativa é de que, com a continuidade da demanda externa e incentivos à produção local, o Ceará mantenha o ritmo de crescimento nas exportações ao longo de 2025. “Esse resultado está fortemente ancorado no setor de metalurgia, especialmente na exportação de produtos semiacabados de ferro e aço, além dos segmentos de calçados e frutas, que continuam se mostrando competitivos no mercado internacional”, ressalta o economista Eldair Melo.
No entanto, caso os Estados Unidos venham a impor tarifas sobre calçados ou frutas, produtos nos quais o Ceará tem forte presença, o ritmo de crescimento das exportações pode cair entre 3% e 4%, sobretudo se o Estado não ampliar a diversificação de seus mercados. “Ainda assim, é importante destacar que uma parte significativa das exportações cearenses é destinada a mercados variados, como América Latina, Europa e Ásia. Dessa forma, o impacto das tarifas dependerá do perfil dos compradores e da elasticidade da demanda por esses produtos”, complementa.
Vale destacar que os EUA são o principal parceiro comercial da Ceará. “Esse é o momento ideal para que o empresariado cearense adote uma visão estratégica sobre o mercado externo, investindo em produtividade, inovação, qualidade e buscando apoio institucional para acessar novos destinos comerciais. O Ceará tem potencial para ampliar ainda mais suas exportações, desde que haja planejamento e ações para mitigar riscos internacionais”, complementa. Segundo o economista, é fundamental que as empresas aproveitem esse cenário favorável para diversificar os destinos de suas exportações, investir em certificações internacionais e tecnologia.