O banco Inter registrou lucro recorde de R$ 64 milhões no segundo trimestre, com alta de 165,0% ante o trimestre anterior e de 312,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. A base de clientes atingiu quase 28 milhões, com a adição de 1,5 milhão de clientes no trimestre.
“Este trimestre marca um ponto de inflexão na nossa história – foi um trimestre de recordes, com conquistas significativas em várias frentes. Temos todos os cilindros nos levando para a direção certa, mostrando que o Inter está em seu melhor momento”, diz em nota o CEO do Inter, João Vitor Menin.
A receita bruta total atingiu R$ 1,939 bilhão, com alta trimestral de 7,7% e anual de 32,7%. A margem financeira (NIM) – considerando apenas a carteira remunerada – ficou em 9,5%, de 8,7% no primeiro trimestre e 8,1% no segundo trimestre de 2022. Segundo o banco, isso é resultado da abordagem de originação de crédito orientada a maiores retornos, que está mudando o mix de carteira e, ao mesmo tempo, melhorando o uso do capital regulatório.
A carteira de crédito chegou a R$ 26,5 bilhões, com avanços de 5,4% no trimestre e 33,3% em um ano. A inadimplência ficou em 4,9%, de 4,7% e 3,9%, na mesma base de comparação.
Alexandre Riccio, vice-presidente sênior de Retail Banking, diz a melhoria do ambiente macroeconômico, com queda da Selic e outros fatores, e mesmo o programa Desenrola, geram uma perspectiva melhora para a inadimplência. “Já temos visto um arrefecimento, uma mudança de velocidade na inclinação da curva de inadimplência. Tenho a sensação de que estamos perto de ver a luz no fim do túnel na escalada da inadimplência.”
O executivo diz que o banco está muito construtivo com o cenário de crédito, tanto ao manter sua estratégia de uma carteira bastante colateralizada como em crescer também em outras linhas. Mesmo em cartão de crédito, ele diz que após um aperto promovido na virada de 20221 para 2022, as novas safras já têm vindo com uma inadimplência bem melhor. “Nosso apetite para crescimento do crédito está aí, mas vem acompanhado de evoluções internas, como uso de inteligência artificial e machine learning, que melhoram os algoritmos e aprimoram a concessão”, explica.
Ele explica que o Inter tem buscado uma eficiência operacional muito grande, sem perder o viés de crescimento e inovação. Ele lembra que o banco tem a chamada meta 60-30-30 até 2027, que consiste em chegar a 60 milhões de clientes, com um índice de eficiência de 30% e um ROE de 30%. No segundo trimestre, o índice de eficiência ficou em 53% e o ROE em 3,6%.
“Essa meta implica em um lucro anual de R$ 5 bilhões, ou seja, temos uma rampa grande pela frente. Mas as ações de disciplina financeira e o crescimento do banco nos levam para esse caminho.”
Em receita de serviços, o Inter teve resultado de R$ 348 milhões, com alta de 11,2% no trimestre e de 10,1% em um ano. Riccio diz que ainda há alguma pressão, sobretudo na parte de e-commerce, mas que o banco segue na estratégia de evoluir a prateleira de produtos e aumentar a penetração na base. A instituição chegou a 1,8 milhão de clientes na sua conta global. “Esse produto está superando nossas expectativas, tanto em termos de base de clientes como em engajamento.”
Por: Valor Investe