A criptomoeda mais conhecida de todas é vista por muitos como uma oportunidade de mudar de vida, principalmente quando é analisada a valorização obtida nesses 14 anos de existência, mas é preciso entender que ver o Bitcoin unicamente como investimento é apenas a pontinha do icebarg do mar de conhecimento profundo que é possível obter ao estudá-lo.
Bitcoin tem sua própria regra
Para poder investir em qualquer ativo é necessário estudar ou buscar auxílio de alguém que
possa fazer as recomendações certas para você, porém isso funciona com a grande maioria dos ativos ao passo que o Bitcoin veio como uma exceção à regra, pois o estudo dos fundamentos se faz necessário seja sendo autodidata ou recebendo assistência de consultor financeiro.
Ao estudar os fundamentos é possível perceber que o Bitcoin não se trata de um mero ativo especulativo e sim de uma ferramenta que permite a liberdade geográfica, inclusão financeira e o rompimento do seu bolso com a máquina pública, o dito Governo.
A exceção é tamanha que ninguém controla o Bitcoin senão suas regras internas escritas em forma de lógica de programação em linguagem C, em outras palavras, seu código é tudo que ele precisa para se autonortear. Neste artigo iremos trabalhar na tese da Liberdade Geográfica proporcionada pelo Bitcoin.
Liberdade geográfica
Todo mundo tem o direito de ir e vir quando tratamos de vias públicas ou privadas de uso comum, mas o seu dinheiro não tem essa mesma liberdade, sabia disso? Por exemplo, ao sairmos do Brasil para a França com apenas reais no bolso, ficaremos à míngua no destino, pois dificilmente encontrará algum estabelecimento que aceite diretamente o Real que não seja uma casa de Câmbio. Ainda assim, na casa de câmbio você obrigatoriamente vai perder poder de compra ao trocar o real pelo euro, pois uma coisa é o valor comercial de uma moeda e outra é o preço de venda daquela moeda nessas casas de troca.
O valor comercial é uma variável constantemente calculada para que as compensações
internacionais, ou seja, as trocas monetárias entre países possam ser feitas com o mínimo de ônus ao justificar a cotação de cada moeda. Esse valor é calculado pelo mercado internacional de câmbio e leva em consideração variáveis como a Oferta e Demanda, Taxas de Juros, Estabilidade Econômica, Política Monetária, Política Estatal, Eventos Globais e Balança Comercial. Veja que é um sistema repleto de variáveis para calcular o valor comercial de uma moeda que ainda não é o preço final de venda e sim apenas uma referência do quanto uma moeda está valendo em relação a outra.
O preço de venda, que é o preço pago pelo usuário para trocar sua moeda, no caso do exemplo, o real pelo euro leva em consideração o valor comercial como referência adicionado das taxas de câmbio no mercado internacional, custos, imposto sobre operação financeira, comissões, demanda e oferta local além do preço da concorrência. Vamos elucidar com um exemplo. Na cotação atual 1 euro está valendo 5,36 reais. Utilizando o simulador de uma casa de câmbio como referência, o valor final que você pagaria para cada euro não seria 5,36 e sim R$ 5,66. Obviamente que a casa de troca é uma empresa e esta precisa ter lucro para sobreviver, mas é um sistema que está ficando obsoleto e que prende você à obrigatoriedade de passar por uma casa de câmbio se quiser utilizar dinheiro em espécie ou débito em outro país.
O Bitcoin muda isso, pois o cálculo leva em consideração de maneira majoritária a simples oferta e demanda. Inicialmente o preço do Bitcoin era calculado no valor da energia elétrica gasta para se produzir um Bitcoin, então a partir disso as primeiras corretoras, como a New Liberty no final de 2009, pode precificar a criptomoeda. Além disso, o sistema de compensações internacionais do Bitcoin se resume a uma simples taxa de rede que é paga diretamente à um minerador que irá adicionar sua transação no livro contábil do Bitcoin. O mais vantajoso é que esse mesmo sistema de baixo custo é utilizado em todas as transações, independente de fronteira de país A ou B. É sempre possível receber bitcoins e utilizá-los em qualquer lugar desde que haja uma forma de comunicação digital ou analógica entre o remetente e o destinatário.
É por isso que com Bitcoins armazenados em seu dispositivo móvel compatível ou uma carteira fria, é possível ir para qualquer país sem se preocupar com troca de moeda em casas de câmbio. É preciso ficar atento apenas aos estabelecimentos que aceitam Bitcoin que podem ser facilmente descobertos em sites como o BTCmap.org. E graças a tecnologia da Lightning Network, é possível até fazer com que um estabelecimento que não aceite, passar a receber a criptomoeda como forma de pagamento pela simples instalação de um app no smartphone do gerente de plantão da loja. Assim, o Bitcoin permite que 8 bilhões de pessoas possam transitar ao redor do globo sem a necessidade de se preocupar em compensações internacionais de moedas estrangeiras porque ele é aceito em qualquer lugar.
Ademais, o Bitcoin trouxe uma solução para o sistema de compensações internacionais ao propor um meio monetário paralelo mantido por nenhum governo ou empresa e sim por uma extensa rede colaborativa com mais de 16 mil pontos de distribuição e segurança ao redor do planeta. O sistema do Bitcoin tem sido tão eficiente que funciona há 14 anos de maneira ininterrupta e beneficiando quem utiliza para fazer pagamentos, armazenar valor, transmitir informações públicas e contribuir como mantenedor da rede.
Artigo por Einstein Rafael