Após a pandemia de COVID-19, a dívida pública continua elevada
De acordo com a S&P Global Ratings, a dívida pública dos países membros do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) não deve retornar aos níveis anteriores à pandemia de COVID-19 até 2027.
A S&P prevê que até o final da década atual, a relação dívida-PIB desses países mais desenvolvidos não deve voltar aos patamares anteriores à crise sanitária. Isso significa que, após os efeitos iniciais da pandemia, os governos terão que lidar com altos níveis de endividamento público por vários anos.
Impactos da pandemia sobre as finanças públicas
Os governos tiveram que tomar medidas de estímulo econômico e apoio social para mitigar os efeitos da pandemia de COVID-19, o que resultou em um aumento significativo nos gastos públicos em todo o mundo. Isso resultou em um aumento significativo da dívida pública, principalmente nos países mais desenvolvidos.
Por exemplo, a relação dívida/PIB nos Estados Unidos saltou de 108,8% em 2019 para 134,1% em 2020. O indicador no Japão subiu de 265,1% para 269,9% no mesmo período. O endividamento público de outros países do G7, como Itália, França e Reino Unido, também aumentou significativamente.
Desafios para a Redução da Dívida
Os países do G7 terão dificuldades em retornar aos níveis de dívida pública observados antes de 2020, mesmo com a retomada do crescimento econômico e a redução gradual dos gastos excepcionais relacionados à pandemia, segundo a S&P. Entre eles estão:
– A necessidade de continuar implementando políticas fiscais expansionistas para apoiar a recuperação econômica
– Elevados custos devido ao envelhecimento da população e ao aumento das despesas de saúde e previdenciárias
– Juros reais ainda baixos, o que diminui o incentivo à consolidação fiscal
A agência de classificação de crédito alerta que esses países correm o risco de ficarem mais vulneráveis a crises econômicas futuras se não tiverem um plano claro para diminuir a dívida pública.
Importância do equilíbrio fiscal
A S&P acredita que os governos do G7 devem encontrar uma maneira de equilibrar a necessidade de apoiar a recuperação econômica e a sustentabilidade das finanças públicas a longo prazo. Isso inclui a implementação gradual de medidas de consolidação fiscal em conjunto com reformas estruturais que melhorem a produtividade e o potencial de crescimento desses países.
Só assim os países do G7 poderão fortalecer sua resiliência a futuras crises, retomando uma trajetória de dívida pública compatível com os níveis observados antes da pandemia.