De acordo com o boletim Focus divulgado na terça-feira (9) pelo Banco Central em Brasília, pela oitava semana seguida o mercado financeiro elevou as expectativas de crescimento da economia brasileira. Os analistas do mercado financeiro aumentaram as previsões de inflação para 2024 e 2025, enquanto também começaram a projetar um crescimento econômico maior para este ano. A projeção prevê um crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024.
As expectativas do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 aumentaram 0,01 ponto percentual em relação à semana passada, porém, elas estão superiores à previsão registrada há quatro semanas. De acordo com o boletim Focus, prevê-se um crescimento de 3,76% em 2024. Assim, os analistas mantêm a expectativa de que a inflação de 2024 permaneça abaixo do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Quatro semanas atrás, a estimativa de crescimento econômico do país era de 3,77%; e uma semana atrás, era de 3,75%. Há uma semana, a expectativa era de crescimento de 1,89% em 2024; e quatro semanas atrás, era de 1,78%. A previsão da inflação para 2025 foi ajustada de 3,51% para 3,53%, enquanto para 2026 permanece em 3,50%, mantendo-se constante e refletindo também a mesma taxa de variação esperada para a inflação de 2027.
A projeção para os preços administrados dentro do IPCA em 2024 diminuiu de 4,15% para 4,13%. As demais estimativas permanecem inalteradas, sendo em 2025, 3,92% e 3,50% tanto para 2026 quanto para 2027. A previsão para o IGP-M em 2024 segue estável em 2,0%, enquanto para 2025 continua em 3,65%. A projeção para 2026 mantém-se em 3,90% há oito semanas, enquanto a de 2027 caiu de 3,80% para 3,65%.
O mercado financeiro mantém estável a previsão tanto para o câmbio quanto para a taxa básica de juros (Selic). Há três semanas consecutivas, prevê-se que o dólar encerrará o ano cotado a R$ 4,95, enquanto há 15 semanas projeta-se uma Selic de 9% ao final do ano. As expectativas para 2025 permanecem estáveis, com o dólar em R$ 5 há 13 semanas e a Selic em 8,5% há 18 semanas.
A projeção para o saldo da balança comercial, que representa a diferença entre o total de exportações e importações, diminuiu de US$ 82 bilhões para US$ 80,5 bilhões de superávit em 2024. Em relação a 2025, a expectativa para o saldo positivo permaneceu em US$ 74,6 bilhões. A previsão no relatório para os investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano manteve-se em US$ 65 bilhões de entrada. Quanto a 2025, a estimativa de entrada permaneceu estável em US$ 73,1 bilhões.
Já a estimativa para o resultado primário em 2024 segue em -0,70% do PIB nesta semana, enquanto a previsão para 2025 continuou em -0,60%. Para 2026, a estimativa permaneceu em -0,50% do PIB. Em relação a 2027, a projeção apresentou uma melhora, passando de -0,28% do PIB para -0,25% do PIB. Quanto à dívida líquida do setor público, o mercado prevê que em 2024 mantenha-se em 63,85% do PIB, enquanto a estimativa para 2025 ficou estável em 66,42% do PIB, em comparação com a semana passada. Para 2026, contudo, a projeção caiu de 68,60% do PIB para 68,50%. A previsão para 2027 também recuou de 69,90% do PIB para 69,80%.
A pesquisa, geralmente divulgada às segundas-feiras, foi adiada para terça-feira devido às paralisações dos funcionários do BC. Na semana passada, o levantamento consultou mais de 100 instituições financeiras para realizar a pesquisa.