Fortaleza tem se mostrado mais do que uma capital ensolarada: a cidade se firma, cada vez mais, como um dos centros da transição energética no Brasil. Com 265,5 megawatts (MW) de potência instalada em sistemas de geração distribuída (GD), a capital cearense ocupa hoje a 7ª posição no ranking nacional da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A cidade fica atrás apenas de Brasília, Cuiabá e Campo Grande, Teresina, Goiânia e Rio de Janeiro.Está à frente de Belém, Manaus e Uberlândia. No Nordeste, figura na segunda colocação.
A GD é um modelo de produção elétrica em que a energia é gerada próxima ou no próprio local de consumo, como em residências, comércios, indústrias ou propriedades rurais. Uma das empresas que seguem investindo no Ceará é a Axial Brasil, subsidiária da espanhola Axial Structural Solutions. “Para nós, estar no Nordeste, uma região do país que é líder global na transição energética, demonstra o grande potencial a ser explorado”, afirma ao O Otimista Ronald Carias Esteban, diretor-geral da Axial no Brasil. “Somente no ano passado, aumentamos em 80% os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento. Parte desse investimento foi justamente destinado para definir soluções que atendam melhor os projetos localizados no Nordeste”, complementa.
Ceará
O bom desempenho de Fortaleza reflete o crescimento da geração distribuída em todo o Estado. De acordo com a Absolar, o Ceará alcançou a 2ª colocação no ranking no Nordeste em geração própria solar, atrás apenas da Bahia. O Estado já ultrapassou 1,2 gigawatt (GW) de potência instalada em sistemas conectados à rede, um avanço que tem impacto direto na economia, na geração de empregos e na atração de investimentos.
Ao todo, são mais de 109 mil conexões em operação, em casas, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. Desde 2012, a energia solar já gerou R$ 5,8 bilhões em investimentos no Ceará, 37 mil empregos e R$ 1,7 bilhão em arrecadação para os cofres públicos. Para ampliar a sustentabilidade no Ceará, a Absolar sugere a criação de programas e incentivos locais, como a inclusão da energia solar nos prédios públicos e em casas populares. Jonas Becker, coordenador da Absolar no Estado, destaca a importância do Projeto de Lei nº 624/2023, que propõe a criação do Programa Renda Básica Energética (REBE), em tramitação no Senado. “O PL resolve estruturalmente, via lei, o problema das negativas de conexão, feitas por algumas distribuidoras sob alegação de inversão de fluxo de potência”, explica Becker.