A taxa de inflação oficial em fevereiro atingiu 0,83%, quase o dobro da registrada no mês anterior, janeiro (0,42%). Os aumentos nas mensalidades escolares foram os principais responsáveis pela pressão sobre o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
O grupo de educação registrou o maior aumento de preços, alcançando 4,98% em fevereiro, representando 0,29 ponto percentual do IPCA neste período. Dentro desse grupo, os cursos regulares foram responsáveis pela maior contribuição, com um aumento de 6,13%.
A alta observada é atribuída aos reajustes que são normalmente implementados no início do ano letivo, segundo o gerente da pesquisa, André Almeida. As maiores variações de preços foram registradas no ensino médio (8,51%), ensino fundamental (8,24%), pré-escola (8,05%) e creche (6,03%). Além disso, houve elevação na inflação dos cursos técnicos (6,14%), ensino superior (3,81%) e pós-graduação (2,76%).
O grupo de alimentação e bebidas registrou um aumento de 0,95%, sendo o segundo maior responsável por pressionar a inflação para cima, contribuindo com 0,20 p.p. para o IPCA de fevereiro. Dentro da categoria de alimentação em domicílio, houve um aumento de 1,12%, impulsionado pelos aumentos nos preços da cebola (7,37%), batata-inglesa (6,79%), frutas (3,74%), arroz (3,69%) e leite longa vida (3,49%). Quanto à alimentação fora do domicílio, observou-se uma elevação de 0,49%.
O pesquisador do IBGE citou a influência do clima, caracterizada por temperaturas mais elevadas e um aumento no volume de chuvas, como justificativa.
O grupo de transporte obteve um aumento de 0,72%, contribuindo com 0,15 ponto percentual para a inflação de fevereiro, posicionando-se como a terceira maior influência. Todos os combustíveis analisados apresentaram elevações: etanol (4,52%), gás veicular (0,22%), óleo diesel (0,14%) e, notavelmente, a gasolina (2,93%), que exerceu o maior impacto individual em toda a pesquisa, contribuindo com 0,14 p.p.
André Almeida destacou que em 1º de fevereiro ocorreu uma alta no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre a gasolina e o óleo diesel. Em Aracaju, a gasolina aumentou 10,45% no mês, resultando na cidade apresentando a maior inflação em fevereiro, atingindo 1,09%. Os preços das passagens aéreas diminuíram pelo segundo mês consecutivo, registrando uma queda de 10,71%. Esse declínio representou o maior impacto negativo em todo o índice, com uma contribuição de -0,09 ponto percentual.
O resultado da taxa de inflação ficou bastante próximo ao de fevereiro de 2023, quando atingiu 0,84%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA totalizou 4,5%, situando-se dentro do limite máximo estabelecido pela meta do Banco Central. No ano, a inflação atingiu 1,25%. A variação de 0,83% no IPCA em fevereiro representa o maior índice registrado desde o mesmo mês do ano passado.
O Banco Central estabeleceu uma meta de inflação para 2024 de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 p.p. para mais ou para menos, situando o teto em 4,5%. Em fevereiro de 2023, a taxa de inflação anual era de 5,6%. No encerramento do ano passado, o IPCA atingiu 4,62%. A meta estipulada para o ano anterior era de até 4,75%. Desde setembro de 2023, quando o IPCA acumulado em 12 meses atingiu 5,19%, o índice tem apresentado uma redução gradual, alcançando agora o limite superior da meta atual.
O IBGE também divulgou o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que encerrou o mês de fevereiro com variação de 0,81%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice registrou uma elevação de 3,86%. O INPC avalia o custo de vida de famílias com renda de um a cinco salários-mínimos, enquanto o IPCA foca na inflação para famílias com renda de 1 a 40 salários-mínimos.