Os Emirados Árabes Unidos (EAU) têm reivindicado uma quota de produção mais elevada na Opep+, argumentando que a capacidade de produção do país tem sido subestimada há muito tempo. Em uma reviravolta surpreendente, a Opep+ decidiu no domingo adiar as discussões sobre capacidades de produção para novembro de 2025, em vez de abordá-las ainda este ano.
No entanto, o grupo concordou em definir uma nova meta de produção para os EAU, permitindo um aumento gradual de 300 mil barris por dia (bpd), além do nível atual de 2,9 milhões bpd. A Opep+ também decidiu utilizar números de capacidade avaliados de forma independente para guiar a produção de 2026, adiando uma discussão potencialmente complicada por um ano.
As reuniões de domingo, que duraram menos de quatro horas, foram surpreendentemente rápidas considerando a complexidade do assunto. Fontes da Opep+ revelaram que a Arábia Saudita, líder de fato e maior produtora do grupo, passou dias preparando o acordo nos bastidores. O influente ministro da Energia saudita, Prince Abdulaziz bin Salman, convidou alguns ministros importantes, especialmente aqueles que contribuíram para os cortes voluntários, para a capital saudita, Riad, apesar das reuniões ocorrerem em grande parte de forma virtual.
Os países que fizeram cortes voluntários na produção incluem Argélia, Iraque, Cazaquistão, Kuwait, Omã, Rússia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
A decisão de adiar as discussões sobre capacidades de produção e a definição de uma nova meta para os EAU representa um movimento estratégico para evitar conflitos internos dentro do grupo. A capacidade de produção tem sido um tema sensível, especialmente porque determina as quotas de produção que cada país pode ter. Ao adiar a discussão para 2025 e concordar com um aumento gradual para os EAU, a Opep+ procura manter a coesão do grupo e garantir que todos os membros se sintam representados e valorizados.
Essa decisão também destaca a influência da Arábia Saudita dentro da Opep+. A preparação meticulosa e a convocação de ministros importantes para discussões presenciais em Riad sublinham o papel central da Arábia Saudita na mediação e liderança do grupo. Prince Abdulaziz bin Salman, em particular, tem sido uma figura-chave na formação das políticas energéticas da Opep+ e na manutenção da unidade do grupo em tempos de volatilidade do mercado.
A nova meta de produção para os EAU é uma vitória significativa para o país, que há tempos busca um reconhecimento maior de sua capacidade produtiva. Este ajuste permitirá aos EAU aumentar sua produção, potencialmente aumentando sua receita e influência dentro da Opep+.
Em suma, a decisão de adiar as discussões sobre capacidades e a definição de novas metas para os EAU reflete a estratégia da Opep+ de manejar cuidadosamente as quotas de produção para evitar tensões internas e assegurar que todos os membros estejam comprometidos com os objetivos do grupo. A liderança da Arábia Saudita foi crucial para alcançar este acordo, demonstrando mais uma vez a importância da diplomacia e do planejamento estratégico na gestão das políticas energéticas globais.
Fonte: Reuters