Em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB), que soma a totalidade dos bens e serviços produzidos no país, registrou um crescimento de 2,9%, atingindo um valor total de R$ 10,9 trilhões. Em comparação, a taxa de crescimento em 2022 foi de 3%, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (01).
O crescimento anual do PIB foi impulsionado por um aumento extraordinário de 15,1% no setor agropecuário, marcando o maior avanço desde o início da série histórica da pesquisa em 1995. A alta foi estimulada principalmente pelas expansões nas produções de soja e milho, duas das culturas mais relevantes no Brasil. Além disso, houve um notável aumento na indústria extrativa mineral, especialmente na extração de petróleo e minério de ferro, segundo a pesquisadora do IBGE, Rebeca Palis.
Ademais, os setores da indústria (1,6%) e de serviços (2,4%) também registraram elevação. A contribuição da agropecuária estendeu-se aos desempenhos de outros setores, incluindo um aumento nas exportações (9,1%), na indústria de alimentos e em segmentos específicos do setor de serviços, que se beneficiam da intricada cadeia de produção e logística do campo. Durante o segundo semestre, o setor de serviços, que desempenha um papel fundamental na economia brasileira, demonstrou resiliência, proporcionando apoio a uma desaceleração gradual da economia devido à elevada taxa básica de juros, a Selic.
Na categoria de produtos primários, também houve um incremento no desempenho de certos segmentos industriais (1,6%), com especial ênfase nas indústrias extrativas, que registraram um crescimento de 8,7%. A recuperação das economias globais contribuiu para o impulso econômico, destacando-se o aumento na extração de petróleo e gás natural, além do minério de ferro.
Os estímulos fiscais aplicados à economia impulsionaram os índices de consumo, destacando-se o reajuste real do salário mínimo e a implementação do programa Bolsa Família com o valor de R$ 600. O mercado de trabalho, que atingiu níveis recordes de ocupação, igualmente contribuiu para manter a economia em um patamar aquecido.
Do ponto de vista da demanda, o crescimento foi impactado pelo consumo das famílias (3,1%), consumo do governo (1,7%) e exportações (9,1%). A redução de 1,2% nas importações também teve influência no resultado. Por outro lado, a formação bruta de capital fixo, representando os investimentos, registrou uma queda de 3% ao longo do ano.
No transcorrer da transição do terceiro para o quarto trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu inalterado. Entretanto, ao comparar o quarto trimestre de 2023 com o mesmo período do ano anterior, observou-se um aumento de 2,1%.
Brasil entre as 10 maiores economias do mundo
Segundo uma análise da consultoria Austin Ratings, utilizando dados preliminares de PIB em valores correntes divulgados por 54 países, o Brasil avançou à 9ª posição no ranking econômico, ultrapassando o Canadá e a Rússia ao alcançar um PIB de US$ 2,17 trilhões no ano passado.
No ano de 2022, de acordo com informações do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil ocupou a 11ª posição entre as maiores economias globais. Os Estados Unidos permanecem como líderes do ranking. Após o Brasil, o próximo país latino-americano na lista das maiores economias mundiais é o México, situando-se na 12ª posição, com um PIB de US$ 1,81 trilhão.