A taxa de desemprego no último trimestre de 2023 foi de 7,6%, marcando o menor índice para este período desde 2015. Esse resultado representa uma queda em relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2023, quando a taxa era de 8,4%. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, na quinta-feira (29).
Comparado ao trimestre anterior (agosto a setembro), houve estabilidade na taxa de desemprego, mantendo-se em 7,6%. Em contraste, no mesmo período de 2023, a taxa era de 8,4%. Esses números indicam que, para os trimestres encerrados em janeiro, estamos observando a menor taxa de desemprego desde 2015, que foi de 6,9%.
O contingente da população desocupada, representando aqueles que estavam em busca de trabalho, alcançou a marca de 8,3 milhões, mantendo-se estável na comparação trimestral e apresentando uma queda de 7,8% (ou seja, 703 mil pessoas a menos) em relação aos últimos 12 meses.
Em relação a todos os trimestres móveis, é a primeira elevação desde fevereiro de 2023. No entanto, o IBGE ressalta que os dados não são considerados comparáveis devido à sobreposição de informações.
A estabilidade em relação ao trimestre anterior marca o término de uma sequência de trimestres consecutivos de redução na taxa de desemprego. O mês de janeiro reflete a sazonalidade típica do mercado de trabalho, onde o país geralmente cria empregos temporários para a temporada de festas, resultando em parte desse contingente sendo dispensado no início do ano seguinte.
O total de trabalhadores empregados atingiu 100,6 milhões, registrando um aumento de 0,4% (equivalente a 387 mil pessoas a mais) em comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2023 e uma elevação de 2% (um acréscimo de 1,957 milhão de pessoas) ao longo dos últimos 12 meses.
A proporção de pessoas ocupadas na faixa etária apta para o trabalho, conhecida como nível de ocupação, foi calculada em 57,3%, mantendo-se estável em comparação com o trimestre anterior. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 0,6 ponto percentual. Por outro lado, o contingente de pessoas na força de trabalho (soma de ocupados e desocupados) registrou um acréscimo de 0,4% no trimestre, totalizando 108,9 milhões. A população que não integra a força de trabalho permaneceu em 66,6 milhões, mantendo-se estável no trimestre.
De acordo com o IBGE, três setores desempenharam um papel significativo no aumento da ocupação, evitando o crescimento da taxa de desemprego. Esses setores foram: Transporte, armazenagem e correio, que registrou um aumento de 7,5% (equivalente a mais 404 mil pessoas); Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, com um acréscimo de 6,6% (mais 788 mil pessoas); e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, apresentando uma elevação de 3,4% (ou mais 591 mil pessoas).
Em contrapartida, o setor de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve uma queda de 6% (ou menos 503 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e uma diminuição de -6,9% (ou menos 582 mil pessoas) em comparação com o mesmo trimestre de 2023.
O total de trabalhadores empregados com carteira assinada no setor privado atingiu 38 milhões, registrando um aumento de 0,9% (equivalente a mais 335 mil trabalhadores) em relação aos trimestres consecutivos e um crescimento de 3,1% (ou mais 1,1 milhão) em comparação com o mesmo período do ano anterior.
No que diz respeito aos trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, o número totalizou 13,4 milhões, mantendo-se inalterado no trimestre e apresentando um aumento de 2,6% (ou mais 335 mil pessoas) no período anual. A taxa de informalidade atingiu 39% da população ocupada, correspondendo a 39,2 milhões de trabalhadores informais. Este percentual permanece estável em comparação com o mesmo trimestre móvel de 2023.
O rendimento real habitual registrou um aumento de 1,6% em relação ao trimestre anterior, atingindo R$ 3.078. Ao longo do ano, esse crescimento alcançou 3,8%. A massa de rendimento real habitual, por sua vez, alcançou a marca histórica de R$ 305,1 bilhões, representando um acréscimo de 2,1% em relação ao trimestre anterior e um aumento de 6% na comparação anual.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) fornece dados provenientes de uma amostra composta por 211 mil domicílios distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal.