A Berkshire Hathaway, conglomerado liderado pelo renomado investidor Warren Buffett, registrou um desempenho excepcional no quarto trimestre de 2024, com lucro operacional de US$ 14,5 bilhões. Esse resultado representa um crescimento expressivo de 71,2% em comparação ao mesmo período de 2023, refletindo a solidez da empresa e sua estratégia de negócios bem-sucedida. No acumulado do ano, o lucro operacional atingiu US$ 47,4 bilhões, o que corresponde a uma alta de 27% em relação ao ano anterior.
Um dos principais fatores que impulsionaram esses números foi o desempenho da divisão de seguros da Berkshire Hathaway. O segmento apresentou um crescimento notável de 40% em 2024, totalizando uma receita de US$ 13,6 bilhões. Esse avanço reforça a importância do setor dentro do portfólio diversificado da holding, que também abrange segmentos como energia, transporte e manufatura.
Outro grande destaque foi a posição de caixa recorde da empresa, que alcançou US$ 334 bilhões. Esse acúmulo de liquidez é resultado de uma estratégia de desinvestimento agressiva ao longo do ano. A Berkshire vendeu aproximadamente US$ 143,4 bilhões em ações, enquanto suas aquisições somaram apenas US$ 9,2 bilhões. Com isso, o valor total da carteira de ações da companhia diminuiu de US$ 354 bilhões para US$ 272 bilhões. Essa movimentação indica uma abordagem mais cautelosa no mercado de investimentos, possivelmente devido à falta de oportunidades atrativas a preços considerados justos por Buffett e sua equipe.
Além dos dados financeiros, o relatório da empresa também trouxe sinais sobre uma possível transição de liderança. Warren Buffett, que completou 94 anos, mencionou explicitamente que Greg Abel, atual vice-presidente da Berkshire Hathaway, deve assumir o comando da companhia no futuro. Buffett afirmou que Abel será o responsável pelas principais decisões de investimento e supervisão da carteira de ações da empresa. Essa declaração reforça o planejamento sucessório que vem sendo discutido há anos, garantindo continuidade na gestão da holding.
Mesmo com a redução na exposição a ações, Buffett reafirmou seu compromisso com esse tipo de investimento, destacando que a Berkshire Hathaway continuará alocando a maior parte de seus recursos em papéis de empresas, especialmente nos Estados Unidos. Ele ressaltou que muitas dessas companhias possuem operações internacionais, garantindo diversificação geográfica.
No entanto, o Japão se mantém como uma exceção relevante na estratégia da Berkshire. A empresa possui investimentos significativos no país, com um total de US$ 23,5 bilhões aplicados em cinco grandes trading companies japonesas. Esse movimento demonstra que, apesar da preferência pelo mercado norte-americano, a companhia busca oportunidades estratégicas em outras regiões quando enxerga valor.
O desempenho da Berkshire Hathaway em 2024 reforça sua posição como uma das empresas mais influentes do mundo, com uma gestão financeira sólida e uma abordagem disciplinada para alocação de capital. A possível sucessão de Buffett marca uma nova era para a holding, mas sua filosofia de investimentos parece estar bem preservada para o futuro.
Fonte: Exame