O primeiro-ministro da China, Li Qiang, anunciou na terça-feira (5) uma meta ambiciosa de crescimento econômico para 2024, de cerca de 5%, prometendo medidas para transformar o modelo de desenvolvimento do país e neutralizar os riscos alimentados por incorporadoras imobiliárias falidas e cidades endividadas.
Na apresentação de seu relatório de trabalho em reunião anual do Congresso Nacional do Povo, o Parlamento da China, Li também sinalizou um aumento nos gastos com defesa, ao mesmo tempo em que endureceu a retórica sobre Taiwan.
Ao estabelecer uma meta de crescimento semelhante à do ano passado, que será mais difícil de ser alcançada, já que a recuperação pós-Covid está perdendo força, Pequim sinaliza que está priorizando o crescimento em detrimento de quaisquer reformas, mesmo com Li prometendo novas políticas ousadas, disseram analistas.
“É mais difícil atingir 5% este ano do que no ano passado porque o número base ficou mais alto, indicando que os principais líderes estão comprometidos em apoiar o crescimento econômico”, afirmou Tao Chuan, analista-chefe de macro da Soochow Securities.
O crescimento irregular do ano passado evidenciou os profundos desequilíbrios estruturais da China, desde o fraco consumo das famílias até os retornos cada vez mais baixos sobre os investimentos, o que levou a pedidos de um novo modelo de crescimento.
A China começou o ano com uma crise no mercado de ações e deflação em níveis nunca vistos desde a crise financeira global de 2008-09. A crise imobiliária e os problemas com as dívidas dos governos locais persistiram, aumentando a pressão sobre os líderes chineses para que apresentassem novas políticas econômicas.
Fonte: Folha de S. Paulo