Depois de chegar a superar os R$5,80 no início do dia, o dólar perdeu força no Brasil e fechou praticamente estável, refletindo a queda firme da moeda norte-americana no exterior e a baixa dos rendimentos dos Treasuries, em meio às preocupações em torno da economia dos EUA.
O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,04%, aos R$5,7525. Em 2025, porém, a moeda norte-americana acumula queda de 6,90%.
Às 17h08 na B3 o dólar para março — atualmente o mais líquido — cedia 0,28%, aos R$5,7570.
O dólar abriu o dia em alta firme ante o real, apesar de no exterior estar em queda ante boa parte das demais divisas. Às 9h58 — ainda na primeira hora de negócios — a moeda norte-americana à vista marcou a máxima de R$5,8143 (+1,04%).
No mercado de Treasuries foi um dia típico de aversão ao risco, com busca pelos títulos norte-americanos e consequente queda das taxas, o que também influenciou na relação dólar/real.
A perda de força do dólar esteve em sintonia com o avanço firme do Ibovespa na B3, embora no mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros) o cenário fosse mais complexo, com baixa de taxas na ponta curta da curva a termo e alta na longa.
Investidores seguiam atentos ao futuro da taxa básica Selic, hoje em 13,25% ao ano, para calibrar posições nos diferentes mercados brasileiros.
Pela manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 — considerado uma espécie de prévia para a inflação oficial — subiu 1,23% em fevereiro, maior taxa desde abril de 2022 (+1,73%), mas abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 1,33%.
No mercado, a expectativa de elevação de 100 pontos-base da Selic em março segue quase unânime, mas há dúvidas sobre o que o Banco Central fará em maio, na reunião seguinte para definição de juros.
“O aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, projetado para aumentar ainda mais até o meio do ano, tem contribuído para a valorização do real frente ao dólar nas últimas emanas”, lembrou André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, em comentário enviado a clientes.
Às 17h32, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,46%, a 106,260.