O dólar à vista iniciou as negociações desta terça-feira (25) com uma valorização frente ao real, ampliando os ganhos registrados no dia anterior. Esse movimento ocorreu enquanto investidores digeriam novos dados sobre a inflação no Brasil, bem como as recentes declarações sobre tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O mercado também ficou atento ao impacto de tais anúncios no cenário econômico global, o que contribuiu para a alta do dólar.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado como a prévia da inflação oficial do Brasil, registrou um aumento de 1,23% em fevereiro, um avanço significativo em comparação aos 0,11% do mês anterior. O número ficou ligeiramente abaixo da expectativa do mercado, que estimava uma alta de 1,33%, conforme a pesquisa da Reuters. O índice de inflação, portanto, reflete um aumento de pressão sobre os preços no país, o que influencia diretamente o comportamento do mercado cambial.
No início do dia, por volta das 9h10, o dólar à vista apresentava uma valorização de 0,64%, sendo cotado a R$ 5,792 na compra e R$ 5,793 na venda. No mercado futuro, o contrato de dólar para março — o mais negociado no momento — também registrava um avanço de 0,28%, alcançando os 5,789 pontos. Esses números refletem um movimento de cautela dos investidores, que estão avaliando os efeitos da inflação local e as notícias sobre as políticas tarifárias internacionais.
Na segunda-feira (24), o dólar à vista havia fechado em alta de 0,42%, com a cotação sendo registrada em R$ 5,7546. Esse movimento de apreciação da moeda americana vem sendo impulsionado por diversos fatores, incluindo as tensões comerciais internacionais e o acompanhamento atento dos investidores aos indicadores econômicos. O mercado de câmbio tem se mostrado volátil, e os investidores estão monitorando de perto o cenário inflacionário brasileiro, além dos desdobramentos das políticas econômicas dos Estados Unidos.
Em meio a essa instabilidade, o Banco Central anunciou que realizará um leilão de até 20.000 contratos de swap cambial tradicional com o objetivo de rolar o vencimento de 1º de abril de 2025. Esse tipo de operação é uma ferramenta usada para regular a quantidade de dólares em circulação no mercado, ajudando a suavizar os impactos de flutuações cambiais e oferecendo mais estabilidade ao real.
Nos mercados de câmbio, a cotação do dólar comercial (utilizado em transações grandes e operações financeiras) estava estabelecida em R$ 5,754 tanto para compra quanto para venda. Já o dólar turismo, voltado para transações de pessoas físicas e viagens internacionais, apresentava uma cotação mais elevada, sendo negociado a R$ 5,785 na compra e R$ 5,965 na venda. Essa diferença entre o dólar comercial e o turismo reflete a margem de lucro das casas de câmbio e os custos adicionais envolvidos em transações de menor volume.
O cenário cambial segue sendo influenciado por fatores domésticos, como a inflação, e também por questões externas, como as declarações de Trump sobre as tarifas comerciais. Tais questões estão levando os investidores a se posicionarem de forma mais cautelosa, com uma tendência de maior valorização do dólar em momentos de incerteza. As próximas semanas deverão ser decisivas para o direcionamento do mercado, e o acompanhamento das ações do Banco Central e dos dados econômicos será fundamental para entender os próximos movimentos do câmbio.