O dólar opera com alta perante o real nesta quarta-feira (24), ampliando os ganhos da sessão anterior, à medida que as quedas em commodities e a recuperação do iene prejudicam o apetite por moedas de mercados emergentes.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 10h39 (horário de Brasília), o dólar comercial operava em alta de 1,02%, a R$ 5,643 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) subia 0,91%, a 5.642 pontos.
Na terça-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,588 na venda, em alta de 0,34%.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,643
- Venda: R$ 5,643
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,663
- Venda: R$ 5,843
O que acontece com o dólar hoje?
Nesta semana, dois fatores têm gerado pressões sobre moedas emergentes: a recuperação do iene frente ao dólar e a piora nas perspectivas sobre a economia da China, o que prejudica a demanda por matérias-primas globalmente.
A moeda japonesa tem acumulado ganhos contra a divisa norte-americana em meio a suspeitas de intervenção cambial das autoridades e à especulação sobre se o Banco do Japão elevará os juros em sua reunião na próxima semana.
Um iene valorizado ante o dólar e a possibilidade de diminuição no diferencial de juros entre Japão e Estados Unidos levam investidores a reverterem operações de “carry trade”, quando tomam ativos em locais com juros baixos para rentabilizar em outros com juros mais altos. Isso provoca uma fuga de capitais de emergentes para sustentar essa reversão no mercado japonês.
O dólar tinha queda de 1,03% em relação ao iene, a 153,97.
Os ativos emergentes também estão sendo impactados por uma fraqueza dos preços de commodities, uma vez que pioraram as perspectivas econômicas na China, grande importadora de matérias-primas.
A queda de dois produtos em particular prejudica o Brasil. Os preços do petróleo seguem próximos às mínimas de seis semanas, enquanto os contratos futuros de minério de ferro atingiram o menor valor em mais de três meses na véspera.
“Na terça-feira e hoje também, nós observamos uma queda nos preços internacionais de commodities, em especial o petróleo e o minério de ferro, que são itens importantes da pauta exportadora brasileira. A queda desses preços de commodities prejudica o desempenho do real”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
O dólar se fortalecia ante o peso mexicano, com alta de 1,1%, e avançava contra o peso chileno, em alta de 0,6%.
Também é destaque nesta sessão a diminuição do apetite por risco em outros ativos para além do mercado cambial, com investidores digerindo uma série de balanços corporativos decepcionantes.
“Esse começo da temporada de balanços nos Estados Unidos não tem sido muito bom e prejudica um pouco o otimismo dos investidores”, afirmou Mattos.
No cenário nacional, as atenções se voltam para o Banco Central, com palestra do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, no evento Blockchain Rio 2024, no Rio de Janeiro.
O mercado também segue focado na trajetória das contas públicas brasileiras após anúncio por parte do governo de contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano a fim de cumprir as exigências do arcabouço fiscal.
(com Reuters)