O mês de maio foi marcado por movimentações intensas na Bolsa de Valores brasileira, com os frigoríficos se destacando como os grandes vencedores e o setor de educação e petroleiras enfrentando fortes desafios.
Ascensão dos Frigoríficos
Os frigoríficos dominaram o cenário de ações em alta na Bolsa de Valores em maio, com a JBS (JBSS3) liderando o bloco com uma valorização impressionante de mais de 23% no Ibovespa. A empresa, dona da Friboi e Seara, surpreendeu o mercado com resultados trimestrais que superaram todas as expectativas. O bom desempenho operacional em todas as unidades de negócio impulsionou os números do frigorífico, com o lucro operacional (Ebitda) consolidado atingindo R$ 6,2 bilhões, uma margem de 7,2%.
A Marfrig (MRFG3) também registrou ganhos significativos, com suas ações subindo 19% no mês. Embora os resultados tenham sido considerados mistos pelo mercado, a empresa se beneficiou do lucro da BRF (BRFS3) no primeiro trimestre, com a dona da Sadia revertendo um prejuízo anterior para um lucro líquido de R$ 594 milhões.
Desafios no Setor de Educação e Petroleiras
Enquanto os frigoríficos comemoravam seus ganhos, o setor de educação e petroleiras enfrentaram fortes quedas. As ações da IRB Brasil (IRBR3) despencaram 25,71% no Ibovespa, refletindo a cautela dos investidores em relação aos efeitos das enchentes no Sul do Brasil e seus impactos sobre os pagamentos da resseguradora.
No segmento de educação, as holdings Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) lideraram as perdas, com quedas de 17% e 14%, respectivamente. Essa queda foi atribuída a um cenário macroeconômico delicado, com expectativas de inflação elevada e uma curva de juros ascendente, além de resultados financeiros afetados por despesas elevadas com Provisões contra Devedores Duvidosos (PDD) e marketing, comprimindo as margens.
No campo das petroleiras, a 3R (RRRP3) registrou uma queda de 14%, enquanto a Prio (PRIO3) recuou 13% no Ibovespa. Essas quedas foram influenciadas por uma série de fatores, incluindo a instabilidade no cenário internacional, com juros altos em economias desenvolvidas desviando o fluxo de investimentos para mercados emergentes.
O mês de maio foi marcado por movimentos divergentes na Bolsa de Valores brasileira, com os frigoríficos impulsionando os ganhos e o setor de educação e petroleiras enfrentando desafios. Enquanto os frigoríficos comemoram resultados robustos e uma valorização expressiva de suas ações, o setor de educação e petroleiras enfrentam obstáculos que refletem um cenário econômico e geopolítico complexo. A volatilidade continua a ser uma característica marcante do mercado, exigindo dos investidores cautela e análise cuidadosa das oportunidades e riscos.
Top 10 altas do Ibovespa em maio:
JBS ON (JBSS3): +23,42%
Marfrig ON (MRFG3): +18,84%
Vamos ON (VAMO3): +14,06%
BRF ON (BRFS3): +10,01%
Engie ON (EGIE3): +9,11%
Embraer ON (EMBR3): +8,64%
Hapvida ON (HAPV3): +7,86%
CPFL ON (CPFE3): +6,90%
Rede D’or ON (RDOR3): +5,62%
CSN Mineração ON (CMIN3): +3,82%